A ditadura de Nicolás Maduro convocou, nesta quinta-feira, 12, sua embaixadora em Madri, Gladys Gutiérrez, para consultas. A medida ocorreu depois de a ministra da Defesa da Espanha, Margarita Robles, descrever o regime como ditatorial, conforme informou o chanceler venezuelano, Yvan Gil.
Em uma publicação no Telegram, Gil também mencionou que solicitou ao embaixador da Espanha em Caracas, Ramón Santos Martínez, que forneça explicações sobre o ocorrido.
Nesta quinta-feira, 12, durante um evento, a ministra espanhola citou os casos de “homens e mulheres que tiveram de abandonar a Venezuela precisamente pela ditadura em que vivem”.
Ela mencionou Edmundo González, candidato da oposição nas eleições de 28 de julho, que deixou a Venezuela e está em asilo político na Espanha, depois de o regime de Maduro pedir sua prisão.
Ditadura de Maduro se irrita com postura espanhola
O chanceler venezuelano classificou as declarações de Margarita Robles como “insolentes, intrometidas e grosseiras”. Ele ainda afirmou que essas falas “apontam para uma deterioração nas relações” entre Venezuela e Espanha.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), vinculado ao chavismo, declarou a vitória de Maduro nas eleições de 28 de julho. A oposição alega fraude eleitoral e afirma que o vencedor foi González, que deixou a Venezuela rumo à Espanha no último domingo, 8.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, encontrou-se com González, em Madri na quinta-feira, para reafirmar o “compromisso” com a Venezuela. O encontro de boas-vindas ocorreu um dia depois de o Congresso espanhol reconhecer González como presidente eleito da Venezuela.
Segundo Sánchez, a “Espanha segue trabalhando em favor da democracia, do diálogo e dos direitos fundamentais do povo venezuelano”.