O presidente da França, Emmanuel Macron, foi recebido com vaias durante sua visita a Mayotte, território francês no Oceano Índico, que sofreu severos danos causados pelo ciclone Chido. Durante a visita, moradores locais cobraram mais ajuda nas áreas devastadas e muitos exigiram sua renúncia.
O vídeo com as vaias e um coro de “Macron, démission” viralizou nas redes sociais.
“Eu não tive nada a ver com o ciclone”, respondeu Macron. “Podem me culpar, mas não fui eu.”
Emmanuel Macron chegou a Mayotte nesta quinta-feira, 19, cinco dias depois de o ciclone ter atingido as pequenas ilhas. A tragédia deixou milhares de pessoas sem acesso à água potável. Os socorristas continuam a buscar os desaparecidos. As autoridades estenderam a visita até esta sexta-feira, 20, como um gesto de respeito.
Segundo Macron, partir no mesmo dia em que chegou poderia passar a impressão de que a visita foi superficial.
Nesta sexta-feira, Macron percorreu diferentes bairros da ilha. Ele prometeu enviar mais ajuda para a região e anunciou que a França declararia um dia nacional de luto na segunda-feira 23.
Pelo menos 31 mortes foram confirmadas, mas o número deve ser muito maior. Milhares de pessoas continuam desaparecidas. Grande parte do arquipélago ainda está sem energia elétrica. A prioridade agora é fornecer alimentos e água potável. Para ajudar, Macron trouxe 4 toneladas de alimentos e material médico.
Macron prometeu reconstruir infraestruturas e casas destruídas pela catástrofe
Durante sobrevoos de helicóptero, Macron observou de perto os danos causados pelo ciclone. O presidente afirmou que a quinta-feira seria um dia que ele nunca esqueceria. Em suas declarações, prometeu reconstruir infraestruturas e casas destruídas pela catástrofe.
Mayotte é a região mais pobre da França e enfrenta desafios sociais e econômicos profundos. A ilha tem altas taxas de imigração ilegal das Comores, além de uma infraestrutura deficiente. O ciclone afetou gravemente muitos migrantes que vivem na ilha.
Diante da situação, o governo francês declarou estado de desastre natural excepcional. Isso permite agilizar os processos administrativos para lidar com a crise de forma mais eficaz. Autoridades ativaram a medida por um mês, com possibilidade de extensão por dois meses, se necessário.