sexta-feira, novembro 22, 2024
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Má fase da Boeing impede construção do modelo Air Force One

A má fase da Boeing, gigante aeroespacial norte-americano, atingiu um de seus produtos mais emblemáticos: o Air Force One, o novo modelo do Boeing 747 utilizado pelo presidente dos Estados Unidos.

No domingo 21, Ted Colbert, chefe da divisão de defesa da empresa, afirmou que a Boeing “ainda está lutando contra desafios” para construir as duas novas aeronaves.

Os aviões foram encomendados em 2018, durante o governo de Donald Trump, por US$ 3,9 bilhões. Eles são versões altamente modificadas do Boeing 747-8, a última iteração do clássico avião de dois andares lançado em 1969 e cuja produção foi encerrada no ano passado.

Dave Calhoun, CEO da Boeing, já admitiu que o contrato negociado por Trump com o então CEO Dennis Muilenburg subestimou os custos. Colbert disse que a empresa fez uma “tonelada de investimentos” e que os aviões são “muito complexos”.

Desafios enfrentados pela empresa

A empresa já perdeu US$ 2 bilhões no desenvolvimento dos aviões, que deveriam ser entregues em dezembro deste ano, mas agora estão previstos para 2027 ou 2028.

As aeronaves são completamente reconfiguradas para transportar o presidente e sua equipe, com mecanismos de defesa antimíssil e contra interferências eletrônicas e de comunicações.

Além disso, os aviões são preparados para servir como bases voadoras em emergências nacionais, como uma guerra nuclear, podendo permanecer no ar por dias, reabastecidos por aviões-tanque.

A adaptação dessas aeronaves comerciais é agravada por problemas de suprimento, exacerbados pela pandemia de covid-19, que afetou o setor aéreo e a logística.

A guerra da Ucrânia também contribuiu para as dificuldades. Depois da invasão russa de 2022, a Boeing anunciou que pararia de comprar titânio da Rússia, um material vital para aeronaves. A Airbus, sua rival europeia, não fez o mesmo, e a quantidade de titânio disponível para a Boeing tornou-se incerta.

Crise sistêmica da Boeing

O modelo 737 Max, fabricado pela Boeing | Foto: Divulgação/Boeing
O modelo 737 Max, fabricado pela Boeing | Foto: Divulgação/Boeing

A Boeing também enfrenta uma crise sistêmica. Seu principal produto comercial, o 737 Max, ficou 20 meses no chão depois de acidentes fatais causados por erros de projeto.

Outros modelos, como o 787, também enfrentaram questionamentos. Recentemente, um tampão de fuselagem de um 737 Max explodiu, revelando falhas graves na linha de montagem.

Por fim, a cápsula Starliner, que marcou a estreia da Boeing no setor de viagens espaciais privadas, enfrentou problemas. Depois de diversos atrasos para lançar astronautas à Estação Espacial Internacional, a dupla não consegue voltar devido a falhas nos sistemas da nave.

O status atual do Air Force One

Enquanto isso, o presidente Joe Biden continuará usando o atual modelo do Air Force One, um Boeing 747-200 em serviço desde 1990. O termo “Air Force One” refere-se a qualquer aeronave em que o presidente dos Estados Unidos esteja a bordo, embora geralmente seja um dos dois 747 disponíveis.

O avião faz parte do imaginário ocidental e até foi cenário de um filme estrelado por Harrison Ford em 1997.

Via Revista Oeste

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