quinta-feira, setembro 19, 2024
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lutadora fala de incidente com boxeadora intersexual

A lutadora italiana Angela Carini se manifestou pela primeira vez depois do incidente com a boxeadora argeliana intersexual Imane Khelif na Olimpíada de Paris 2024. As atletas duelaram em uma luta de boxe na quinta-feira 1º.

Angela abandonou a luta depois de 46 segundos, segundos depois de receber um golpe forte no rosto. Foi especulado que ela havia sofrido uma fratura nasal. Visivelmente abalada, a italiana não seguiu a tradição de cumprimentar a oponente depois da vitória.

Imane, que competiu nas Olimpíadas de Tóquio, foi autorizada a participar de sua segunda Olimpíada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), apesar de ter sido desclassificada do Campeonato Mundial de Boxe Feminino no ano anterior por não cumprir as regras de elegibilidade da Associação Internacional de Boxe (IBA).

Em entrevista ao jornal italiano Gazzetta dello Sport, Angela disse que a controvérsia a deixou “entristecida” e que respeita a decisão do COI sobre a participação de Imane.

“Toda essa controvérsia me entristece”, disse. “Sinto muito pela minha oponente também. Se o COI disse que ela pode lutar, respeito essa decisão.”

A italiana explicou que não cumprimentou Imane por acidente. Ela estava chateada por ter perdido a chance de ganhar nas Olimpíadas.

“Não foi algo que eu pretendia fazer”, prosseguiu. “Na verdade, quero me desculpar com ela e com todos por causa disso. Eu estava com raiva porque minhas Olimpíadas tinham acabado. Não tenho nada contra Imane. Se eu a encontrasse novamente, eu a abraçaria.”

Imane Khelif agora enfrentará a húngara Anna Luca Hamori nas quartas de final do boxe feminino de 66kg às 16h22 do sábado 3. Depois de sua vitória contra Angela, Imane declarou: “Estou aqui pelo ouro. Vou lutar contra qualquer uma.”

O treinador da equipe nacional de boxe da Espanha, Rafael Lozano, criticou a participação de Khelif, dizendo: “Não vejo isso como justo, não vejo como igual. Todos podem pensar o que quiserem, mas é assim que vejo.”

Comitê da Olimpíada defende boxeadora intersexual

A boxeadora argeliana Imane Khelif | Foto: Reprodução/Twitter/X
A boxeadora argeliana Imane Khelif | Foto: Reprodução/Twitter/X

O Comitê Olímpico Internacional afirmou, nesta sexta-feira, 2, que está acompanhando de perto o caso de duas boxeadoras acusadas de não cumprirem critérios de gênero nos Jogos Olímpicos.

Nesta quinta-feira, 1°, a argelina Imane Khelif venceu a italiana Angela Carini, depois de uma desistência aos 46 segundos de luta. A condição intersexual da lutadora da Argélia veio à tona e dividiu opiniões nas redes sociais, já que o COI não reconheceu a autoridade da Associação Internacional de Boxe (IBA).

Em 2023, a IBA decidiu pelo banimento de Khelif e da taiwanesa Lin Yu-ting, depois de testes avaliarem o gênero de ambas. Apesar de não divulgar o resultado, por questões de sigilo médico, o presidente do órgão, Umar Kremlev, afirmou que elas tinham cromossomos XY (masculinos).

“Estamos em contato, desde ontem, em termos de proteção”, afirmou Mark Adams, diretor de comunicação do COI, ao jornal Folha de S.Paulo. “É um caso bastante sério. Está acontecendo muito abuso on-line, e abuso muito desinformado. Estamos em contato bem de perto com os atletas e seus estafes.”

Além disso, Adams mencionou que, depois dos Jogos de Paris, deve ocorrer um debate sobre a criação de uma norma geral para critérios de gênero nos esportes olímpicos, sem detalhar as possíveis normas. “Se um dia houver um consenso, seremos os primeiros a aplicá-lo.”

Em 2023, Khelif e a taiwanesa Lin Yu-ting foram banidas pela Associação Internacional de Boxe (IBA). Contudo, o COI não reconhece a autoridade da IBA e decidiu usar o gênero do passaporte das atletas, ou seja, feminino.



Via Revista Oeste

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