O presidente Lula voltou a defender a tributação de super-ricos em entrevista ao canal francês TF1, realizada nesta segunda-feira, 4. O chefe do Executivo propõe imposto de 2% sobre grandes fortunas.
“Nós temos 3 mil pessoas no mundo que detêm uma fortuna de 15 trilhões de dólares”, afirmou Lula. “Não é possível que a gente não tenha competência de fazer com que essas pessoas paguem um tributo para que a gente possa arrecadar dinheiro para acabar com a fome e com as mazelas que hoje persistem na humanidade.”
O chefe de Estado ressaltou “uma tributação dos muito ricos de 2%”. “Se essa tributação acontecer, a gente pode arrecadar de 250 a 300 bilhões de dólares”, destacou.
Lula disse que o dinheiro arrecadado com a tributação é “suficiente para que a gente possa combater a pobreza e acabar com o flagelo que vivem milhões de pessoas no mundo”.
O petista ainda argumentou que a Europa teria “um papel extremamente importante” nessa agenda. Afirmou que é algo que tem discutido com seus “amigos europeus”.
Lula já defendeu tributação antes
Em setembro deste ano, na Sessão de Abertura da Reunião Ministerial do G20, em Nova York (EUA), Lula já tinha defendido a tributação de ‘super-ricos’. A proposta tem resistência entre grandes economias, como Estados Unidos e Alemanha.
“Em 2022, a diferença entre o valor que o mundo em desenvolvimento pagou a credores externos e o que recebeu foi de US$ 49 bilhões”, afirmou Lula, à época. “Há mais dinheiro saindo do que dinheiro entrando. A taxação de super-ricos é uma forma de combater a desigualdade e direcionar recursos a prioridades de desenvolvimento e ação climática.”
A taxação dos chamados “super-ricos” tem sido recorrentemente defendida pelo Brasil, seja por Lula ou pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nos encontros do G20.