No sábado 17, o presidente Lula se reuniu com a coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na Granja do Torto.
Os representantes do MST discutiram com Lula os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul para os assentados do movimento.
A pauta inclui também questões como a “crise ambiental, produção de alimentos, assentamento de famílias acampadas e combate à violência no campo”.
Relação tensa do MST com Lula e um histórico de invasões
Historicamente associado ao PT, o MST tem tido um relacionamento tenso com o governo no terceiro mandato de Lula. O motivo dos desafetos é o ritmo insatisfatório dos assentamentos.
Em abril do ano passado, o movimento realizou várias invasões, incluindo uma propriedade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária em Pernambuco.
O MST também se mobilizou contra a permanência de César de Lira, primo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na Superintendência de Alagoas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.
Nomeado por Michel Temer, César de Lira foi demitido em abril deste ano.
Encontros com o MST
Em julho, Lula se encontrou por mais de três horas com representantes de mais de 70 movimentos sociais em São Paulo, no Armazém do Campo, administrado pelo MST.
No encontro, foi solicitado mais diálogo do governo com os movimentos.
Depois dessa reunião, os ministros Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, relataram que o MST apresentou uma pauta com temas emergenciais.
Entre eles, a “regularização” de cem mil famílias acampadas, o estímulo ao desenvolvimento dos assentamentos, a desburocratização do crédito e a estruturação das cadeias produtivas. A continuidade da reforma agrária também foi discutida.
Próximos passos e declarações
Ficou acordado que haverá uma nova reunião entre Lula e o MST nos próximos 30 a 40 dias para dar uma resposta. Esse é o primeiro encontro do petista com a coordenação nacional do MST neste mandato.