Entre as medidas discutidas pelo governo para tentar baratear os alimentos que devem ser apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira, 24, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou a concessão de subsídios a produtores. Em vez disso, afirmou que a combinação de uma queda no dólar e de uma safra recorde deverá baratear os produtos.
Em março do ano passado, Lula fez uma reunião semelhante para discutir a alta dos alimentos — mas, os preços não pararam de subir. Além de problemas de produção, a alta está relacionada com a falta de ajuste fiscal do governo Lula, que não consegue reduzir gastos públicos. A conjuntura fez a inflação disparar e impactar principalmente os preços dos alimentos.
Haddad, questionado sobre como baixar os preços dos alimentos, disse que as matérias-primas (commodities) estão associadas à variação do dólar — que nesta semana recuou para a faixa abaixo de R$ 6 — e também dependem da safra, que 2025 deverá ser recorde, segundo as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Ninguém está pensando em utilizar espaço fiscal para esse tipo de coisa [subsídio]. O que nós sabemos é que o que afetou o preço dos alimentos, basicamente, especialmente leite, café, carne, frutas, é porque são commodities, são bens exportáveis, fazem parte da nossa pauta de exportações. Então, quando o dólar aumenta, isso afeta os preços internos. Na hora que o dólar começa a se acomodar, vai afetar favoravelmente os preços também. Segundo lugar, dependemos de safra, da oferta. Na nossa opinião, a safra vai ajudar muito esse ano”, disse o ministro a jornalistas.
O Plano Safra
Fernando Haddad também afirmou que o Plano Safra, que já está sendo montado, trará anúncios na linha da sustentabilidade de produção de alimentos e de usar opções de compra para diversificar no território a produção, não localizando a produção de um determinado gênero num Estado só.
“Você permitir que outros Estados possam produzir aquele gênero alimentício para, no caso de uma enchente ou de uma seca, você não ficar prejudicado e refém de uma concentração. Isso já está em curso no Plano Safra atual e nós pretendemos continuar nessa política de fazer com que as culturas, do ponto de vista geográfico, se diversifiquem mais”, frisou.
Governo nega “intervenção” para baratear alimentos
Nesta semana, o ministro-chefe da Casa Civil afirmou que havia uma discussão entre os ministérios “para buscar um conjunto de intervenções que sinalizem para o barateamento dos alimentos”. Como a possível intervenção gerou críticas, o governo Lula logo tratou de negar o anúncio de Costa.
“A Casa Civil informa que não está em discussão intervenção de forma artificial para reduzir preço dos alimentos. O governo irá discutir com os ministérios e produtores de alimentos as medidas que poderão ser implementadas”, afirmou a assessoria da pasta em nota. “Ainda não é possível avançar no detalhamento de tais medidas antes da realização das reuniões que irão tratar do assunto.”
Redação Oeste, com informações da Agência Estado