O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai retornar ao Palácio do Planalto na segunda-feira 6. Depois de se submeter a cirurgias na cabeça, em dezembro, o petista passou a conduzir suas atividades oficiais no Palácio da Alvorada e na Granja do Torto.
Na volta ao Planalto, Lula deve enfrentar desafios significativos, incluindo a disputa sobre as emendas parlamentares e a possível reforma ministerial.
Desafios políticos e disputas parlamentares
O impasse entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso sobre as emendas parlamentares persiste desde agosto de 2024. A falta de consenso sobre as regras de aplicação dos recursos levou o ministro Flávio Dino a suspender os repasses, citando falta de transparência por parte do Congresso.
Parlamentares dizem, contudo, que Dino está “unido ao Executivo” para restringir as emendas.
Embora o Executivo tenha solicitado a liberação de R$ 370 milhões, parte dos fundos continua bloqueada, e o desgaste político entre os Três Poderes persiste. Como consequência, a votação do Orçamento de 2025, prevista para dezembro, foi adiada para fevereiro. Lula deverá se reunir novamente com líderes do Congresso para buscar um acordo.
Antes de sua hospitalização, em 9 de dezembro, Lula estava em discussões com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, e Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, sobre as emendas.
Possível reforma ministerial e declarações de Lula
Rumores de uma possível reforma ministerial surgiram depois de críticas de Lula à gestão de Paulo Pimenta, ministro da Secom.
Durante um seminário do PT, o presidente afirmou que “há um erro no governo na questão da comunicação” e que mudanças são necessárias para melhorar a divulgação das ações governamentais. Pimenta, por sua vez, afirmou que “ajustes são parte do cotidiano”, mas não acredita em uma reforma significativa no governo. Ele colocou seu cargo à disposição.
Recuperação e estado de saúde do presidente
Em outubro, o presidente sofreu uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada, que resultou em um corte na nuca, obrigando-o a cancelar quatro viagens internacionais. As cirurgias subsequentes foram necessárias para tratar uma hemorragia intracraniana. Já em dezembro, um terceiro procedimento retirou um dreno da cabeça.
Lula ficou internado em São Paulo até 15 de dezembro, e retornou a Brasília no dia 19. O último exame, realizado no dia 31, mostrou uma “melhora progressiva condizente com o ótimo estado” de saúde do petista, segundos os médicos.