O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi ao Espírito Santo, nesta sexta-feira (15), inaugurar uma obra na rodovia BR-101, na Grande Vitória. A cerimônia é a início de uma série participações de Lula em eventos nacionais.
O foco das viagens está nas eleições de 2024. O discurso dessa sexta reeditou as falas da polarização do pleito de 2022 com críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e tentativa de aproximação com o eleitorado evangélico.
Sem citar Bolsonaro nominalmente, Lula falou que o governo anterior pregava o ódio, não inaugurou obras e não deixou orçamento para o início do novo governo.
“Ele não inaugurou nenhuma obra aqui, mas inaugurou o ódio (…). Tem família que não conversa mais. Tem pai que não conversa com filho. Tem filho que não conversa com a mãe. Tem irmão que não conversa com irmão, por causa de um facínora que pregou ódio e mentiu durante quatro anos neste país”, disse.
Ainda durante o discurso, Lula falou diretamente aos evangélicos.
“Se preparem, porque a gente vai provar que o que resolve o problema de um povo não é a instigação ao ódio, utilizando a boa fé do povo evangélico para mentir, para dizer que a gente ia fechar igreja, que a gente ia fazer banheiro unissex. Eles têm que saber de uma coisa: se tem um cara nesse país que acredita em Deus, é esse que está vos falando aqui”, afirmou.
Na semana passada, durante a Conferência Nacional do PT, Lula alertou aos integrantes do partido a necessidade de “aprender a construir um discurso” para os evangélicos. Pesquisas internas identificam resistência por parte desse grupo ao atual presidente.
Na ocasião, o presidente também falou aos militantes que a polarização vista na última eleição deve continuar no próximo ano. “Vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando as eleições nos municípios”, apontou.
A CNN procurou o ex-presidente Jair Bolsonaro para comentar as declarações, mas ainda não recebeu retorno.
A busca por um diálogo com evangélicos aparece também na campanha de fim de ano do governo federal. Fontes do Planalto afirmam que as pesquisas apontam que a prioridade deve ser as famílias e também que há um “cansaço” com a polarização por parte do público.
Por isso, a campanha de fim de ano do governo – “O Brasil é um só povo” – foca em histórias de “reconstruções de laços”. Como apelo ao público evangélico, uma música gospel foi usada como trilha sonora de um dos vídeos da campanha.
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