sábado, junho 14, 2025
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Lula promete gás de graça para todos os cadastrados no CadÚnico

Durante evento realizado em Mariana (MG) nesta quinta-feira, 12, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou uma série de medidas voltadas à população de baixa renda. Entre as iniciativas, destacou-se o plano de fornecer gás de cozinha gratuitamente às famílias registradas no Cadastro Único (CadÚnico), base oficial de dados da assistência social no Brasil.

Segundo Lula, “a ideia é a gente fazer o gás chegar de graça para vocês”. Ele criticou a diferença de preço entre o valor praticado pela Petrobras e o cobrado ao consumidor final. “O botijão de gás de cozinha sai da Petrobras a R$ 37 […] Você acha que é normal a Petrobras entregar o gás a R$ 37 e ele chegar para esses pobres consumidores a R$ 140?”

De acordo com os dados de maio de 2025 do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, o CadÚnico registra 94,8 milhões de pessoas cadastradas, distribuídas em 41,4 milhões de famílias. Destas, 48% estão em situação de pobreza e 19% são consideradas de baixa renda.

O presidente também anunciou isenção na conta de luz para famílias com renda per capita de até meio salário mínimo e consumo mensal inferior a 80 quilowatts, além de descontos para quem consome até 120 kWh e está na faixa entre meio e um salário mínimo. “Não é justo, não é digno o pobre pagar mais energia do que o rico”, afirmou.

Outras iniciativas mencionadas pelo presidente incluem o financiamento para reforma residencial, destinado a famílias que desejam ampliar ou melhorar suas casas sem adquirir novos imóveis. “Ele tem direito de ir no banco pegar o empréstimo para pagar com um bom tempo e fazer a reforma na casa dele”, disse.

A oferta de crédito para a aquisição de motocicletas elétricas por entregadores de aplicativo também foi abordada. “Vamos querer fazer uma política de crédito para ele ter uma motozinha elétrica, sabe, para gastar pouca energia”, disse o presidente ao comentar as condições de trabalho enfrentadas por esses profissionais.

Lula também mencionou a proposta de criação de um vale-refeição voltado a trabalhadores informais que prestam serviços de entrega. “É preciso que a gente discuta um vale-refeição para esse companheiro”, afirmou, ao destacar que muitos entregadores trabalham com fome e sem acesso a condições mínimas durante a jornada.

O evento fez parte das ações do governo relacionadas à reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015. Lula afirmou que o governo assumiu diretamente a execução do acordo: “Agora é da nossa responsabilidade.”

Segundo dados do governo, 37 mil famílias de pescadores e agricultores familiares serão beneficiadas com recursos vinculados ao plano de reparação. O anúncio foi acompanhado por ministros e autoridades locais.

Lula desinforma sobre dados históricos e econômicos

Ao abordar o histórico do crescimento econômico do país, Lula afirmou que, depois de deixar a Presidência, “o país nunca mais cresceu acima de 3%” e que a economia brasileira “só foi crescer acima de 3%” quando ele retornou ao Planalto, em 2023.

A declaração contradiz dados oficiais. Conforme registros do IBGE e do Banco Mundial, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,9% em 2011, no primeiro ano do governo Dilma Rousseff (PT), e 5,0% em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Em 2022, o PIB cresceu 3,02%, e em 2023, 2,9%.

Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, em foto quando estavam no governo: ex-presidente quer economista na disputa por cadeira em Minais Gerais | Foto: Reprodução/Redes sociais
Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, em foto quando estavam no governo | Foto: Reprodução/Redes sociais

Outro trecho inverídico do discurso ocorreu quando Lula afirmou que o Brasil foi “o último país da América do Sul a ter universidade”. No entanto, a cronologia das universidades sul-americanas mostra que o Brasil não foi o último a criar uma instituição de ensino superior.

A primeira universidade brasileira com esse nome foi criada em 1920, com a fundação da Universidade do Brasil (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro). No entanto, a Guiana fundou sua universidade nacional apenas em 1963, batizada como University of Guyana. Por sua vez, o Suriname criou sua universidade, a Anton de Kom Universiteit, somente em 1968.

Via Revista Oeste

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