O governo do presidente Luiz inácio Lula da Silva nomeou nesta quinta-feira, 25,o novo superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas. A indicação foi feita pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Junior Rodrigues do Nascimento, segundo a Folha de S. Paulo, irá substituir Wilson César de Lira Santos, primo de Lira e exonerado na semana passada a pedido do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O indicado comandava a Naturagro, ONG que prestava assistência técnica para o Incra no Estado, segundo a Folha.
A exigência pela troca do primo de Lira por Santana era feita pelo MST desde o início do governo Lula.
Em abril de 2023, o grupo se uniu a outros seis movimentos sociais campesinos para invadir a sede do Incra em Maceió e pedir a mudança, diz o jornal. Isso gerou irritação de Lira em meio a divergências entre os Poderes.
O MST insistiu na demanda por meio de carta enviada ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), neste mês. “Apesar do histórico de serviço à extrema direita, o superintendente continua ocupando um cargo extremamente importante, com a vossa anuência.”
Ministro Teixeira admite que houve interferência do MST
O primo de Lira foi nomeado para o órgão em Alagoas durante a gestão do presidente Michel Temer (MDB), em 2017. Fora indicado ao cargo pelo deputado federal Marx Beltrão (PP-AL). Permaneceu durante o governo Jair Bolsonaro (PL) com o apadrinhamento de Lira, segundo a Folha, e se manteve no primeiro ano de Lula.
O ministro Paulo Teixeira disse que ele mesmo procurou o presidente da Câmara antes da exoneração de seu primo para informá-lo da decisão. Teixeira também disse ter mostrado a carta de movimentos sociais contra a permanência do superintendente.
O ministro acrescentou ainda que havia uma expectativa que o primo de Lira deixasse o cargo para concorrer a prefeito nas próximas eleições municipais. Teixeira não nega que o presidente da Câmara dos Deputados ficou contrariado com o que chamou de timing da exoneração.
Depois da indicação feita pelo próprio Lira para substituir o primo, nesta semana, Teixeira considera o episódio encerrado.
O ministro, prossegue a Folha, diz que o Incra exige capacidade de diálogo com as forças do campo. A exoneração ocorreu pelo que ele definiu como alto grau de “conflituosidade”. A substituição, completa Teixeira, era tratada havia 14 meses.