O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse a aliados não garantir um encontro nos próximos dias com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Segundo esses relatos, são dois os principais motivos.
Primeiro, de agenda. Lula irá ao Rio de Janeiro e Baixada Fluminense nesta terça e quarta-feira.
Lá, deve inaugurar um instituto federal e uma escola em Belford Roxo e casas do Minha Casa Minha Vida em Magé, ambos na Baixada Fluminense. No dia seguinte, visita favelas no Rio e está prevista uma agenda com o prefeito Eduardo Paes (PSD).
Na quinta (8), Lula tem agenda em Belo Horizonte. Depois, já se inicia o Carnaval e, na terça-feira que vem, o presidente viaja para a Etiópia.
O segundo motivo é político. O presidente teria relatado a auxiliares incômodo com as cobranças que têm sido feitas nos bastidores por Lira ao ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Lira e Padilha não se falam desde o ano passado depois que o governo federal tomou uma série de decisões contrárias ao Congresso, como o veto à Lei de Diretrizes Orçamentárias sobre cronograma de emendas e a mais de R$ 5 bilhões em emendas parlamentares.
Na visão do governo, são decisões que foram tomadas pelo Planalto e que, portanto, não cabe a Lira liderar um processo de fritura política de Padilha.
O entendimento de interlocutores do presidente é que um dos motivos que têm incomodado Lira é a indefinição até agora do nome preferido do Planalto para a sucessão de Lira.
Todos os sinais dados por ora são de uma preferência por nomes como o de Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Antonio Brito (PSD-BA) e não por Elmar Nascimento (UB-BA), o candidato de Lira.
Além disso, há a leitura de que o embate é pelo controle do Orçamento federal.
O Congresso avançou nos últimos anos a fatias dos recursos federais e o governo Lula tem tentado retomar ao menos parte deste controle.
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