quinta-feira, julho 4, 2024
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Lula fica do lado do agressor em guerra na Ucrânia, diz O Globo

A guerra entre Ucrânia e Rússia é o maior conflito armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Durante uma reunião em Pequim, o ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, assinou uma proposta conjunta com a China para negociações de paz. Para o jornal O Globo, a decisão foi inadequada, uma vez que alinha o Brasil com a Rússia, parte agressora do conflito.

Para a publicação, o Congresso deveria convocar Amorim para esclarecer suas ações ao público brasileiro. “Platitudes ditas na capital chinesa — como “o importante é as pessoas pararem de morrer” — não dizem muito”, diz o jornal.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que todos os líderes desejam ser creditados por obter um cessar-fogo, mas sem citar Lula. Se essa é a intenção, é uma ambição exagerada e mal calculada, afirma O Globo.

“O Brasil não tem histórico de protagonismo em negociações de paz fora da América Latina”, diz o editorial. “É uma potência regional, com poder de influência inferior ao da China ou da própria Rússia. Não é ouvido como país de relevo sobre a guerra. Nem deveria.”

Além de estar geograficamente distante do conflito e sem grande população de origem ucraniana ou russa, o Brasil não é visto como um ator relevante na guerra. Além disso, sua participação pode apenas servir aos interesses chineses de promover um memorando que concede à Rússia territórios ucranianos.

Para O Globo, a busca por um papel de destaque, Amorim pode agravar ainda mais a imagem internacional do Brasil, já prejudicada pela postura do governo anterior em relação aos atos de Vladimir Putin. A assinatura do documento chinês, aliado crucial da Rússia, alinha o Brasil com um dos lados do conflito.

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O Itamaraty ainda hesita em participar da cúpula patrocinada pela Ucrânia na Suíça, marcada para os dias 15 e 16 de junho.

Foco da Ucrânia permanece na defesa

As chances de negociações de paz progredirem são mínimas, com as tropas russas buscando expandir o controle sobre o território ucraniano no verão europeu. O foco dos ucranianos continua sendo a defesa, com esforços para mobilizar tropas e obter mais armamentos. Zelensky mantém como objetivo recuperar as áreas invadidas, tarefa que se torna cada vez mais árdua.

“Mas também é difícil acreditar que Putin respeitaria um acordo de cessar-fogo, mesmo que assinasse um”, acrescenta a publicação.

A data para o fim das hostilidades entre Ucrânia e Rússia permanece incerta. É improvável que o Brasil não tenha qualquer influência nesse desfecho. Embora Lula e Amorim possam acreditar em sua relevância na busca pela paz europeia, a realidade fora do Planalto é outra.

Via Revista Oeste

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