O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, falou em “apartheids” de vacinas e medicamentos durante seu discurso na manhã desta quarta-feira, 23, à 16ª Cúpula do Brics, que ocorre na Rússia. O chefe de Estado brasileiro participou por videoconferência.
Lula falava sobre a presidência do Brasil no Brics, que inicia em 1º de janeiro de 2025. “Queremos reafirmar a vocação do bloco na luta por um mundo multipolar e por relações menos assimétricas entre os países”, afirmou.
“Não podemos aceitar a imposição de ‘apartheids’ no acesso a vacinas e medicamentos, como ocorreu na pandemia”, acrescentou o presidente brasileiro.
A declaração do petista ocorre em um momento em que o Brasil ficou sem vacinas da covid-19 para a entrega imediata depois de cerca de 1/3 do lote comprado da farmacêutica Moderna perder validade no estoque do Ministério da Saúde ou precisar ser trocado.
Sem opção de outros imunizantes, a pasta, comandada por Nísia Trindade, diminuiu a entrega das doses nos últimos meses. Hoje, todas as unidades em estoque estão vencidas, segundo apuração do jornal Folha de S.Paulo.
Lula fala em “apartheids” no desenvolvimento da IA
Ao falar sobre em “apartheids” de vacinas e medicações, Lula falou que a situação também se desenhava em relação ao desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA) no mundo.
O petista disse que os integrantes do Brics podem podem “aceitar a imposição de ‘apartheids’” no “desenvolvimento da Inteligência Artificial, que caminha para tornar-se privilégio de poucos”.
“Precisamos fortalecer nossas capacidades tecnológicas e favorecer a adoção de marcos multilaterais não excludentes, em que a voz dos governos prepondere sobre interesses privado”, sinalizou o presidente.