O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi vaiado durante um ato oficial em Santiago, no Chile, nesta segunda-feira, 5. A manifestação ocorreu em que era realizada uma oferenda floral no monumento em homenagem ao general Bernardo O’Higgins.
Lula foi vaiado no momento em que é chamado pelo mestre de cerimônias para se dirigir até o monumento. O chefe do Executivo não reage ao protesto dos chilenos, mas seus ministros acabam olhando para o público presente neste momento.
Mesmo sendo vaiado, Lula se dirige até as flores de homenagem ao monumento do general Bernardo O’Higgins. Depois de alguns minutos, a cerimônia é finalizada e o chefe do Executivo deixa o local acompanhado de demais autoridades.
Acompanhavam Lula na cerimônia os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Nísia Trindade (Saúde), Carlos Fávaro (Agricultura), entre outros, e Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais.
Lula é vaiado em meio à polêmica no processo eleitoral venezuelano
Lula foi vaiado no Chile em meio à polêmica envolvendo o sistema eleitoral venezuelano. O presidente chileno, Gabriel Boric, já tinha se pronunciado sobre o assunto, dizendo que era “difícil de acreditar” na reeleição do ditador Nicolás Maduro. O petista, por outro lado, segue em silêncio sobre o que ocorre na Venezuela.
Nesta segunda-feira, 5, Lula decidiu fazer uma declaração à imprensa no Chile. Disse que está “empenhado em conectar toda a América do Sul por meio de cinco grandes rotas viárias” que incluem o país, e que aproveitou o encontro com Boric para falar sobre as eleições da Venezuela.
“Expus as iniciativas que tenho empreendido com os presidentes Gustavo Petro e López Obrador em relação ao processo político venezuelano”, declarou. “O respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é o que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição.”
Lula sinalizou que a “arbitrariedade é inimiga do bem-estar” e que a democracia “não se sustenta sem um Estado que garanta direitos”. Contudo, mais uma vez, não citou se reconhecia ou não a reeleição de Nicolás Maduro.
“Nos últimos anos, o Brasil experimentou uma versão tacanha da mesma combinação de autoritarismo político e neoliberalismo econômico”, acrescentou. “Brasil e Chile estão empenhados em atuar juntos para construir um mundo mais justo e solidário.”