O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido aconselhado por aliados a se dedicar mais à articulação política.
Segundo apurou a CNN, a recomendação foi feita no final de ano, durante confraternizações promovidas pelo Palácio do Planalto.
No primeiro ano de seu terceiro mandato, o petista delegou a articulação política aos ministros de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Fazenda, Fernando Haddad.
O saldo foi considerado positivo. A avaliação de assessores do governo, no entanto, é de que uma atuação direta do presidente se torna importante diante de um cenário de fim de “lua de mel”.
Em início de governo, é comum que a relação entre os poderes Executivo e Legislativo seja menos turbulenta, devido a uma espécie de voto de confiança inicial.
A partir do segundo ano, porém, as cobranças por resultados costumam ser maiores e, por isso, uma atuação do presidente passou a ser considerada essencial.
Os aliados do governo lembram que, nos mandatos anteriores, o petista teve uma atuação mais direta junto ao Congresso Nacional.
No ano passado, o presidente priorizou audiências com parlamentares petistas e com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Segundo levantamento feito pela CNN, os congressistas petistas foram os mais recebidos, seguidos por parlamentares do MDB e do PSD.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, por exemplo, aparece na agenda oficial do presidente dez vezes, mesmo número de audiências que o petista teve com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por sua vez, teve sete encontros com o petista. O líder do governo na Casa Legislativa, Jaques Wagner (PT-BA), foi o que teve mais espaço na agenda do presidente, com vinte e uma menções.
Lula já acenou a assessores do governo disposição de, neste ano, se reunir com senadores de centro, entre eles os que hoje estão na oposição. A ideia é abrir um canal de diálogo para a tramitação de medidas econômicas e reformistas.
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