O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que existe a possibilidade de que alguns incêndios que ocorrem pelo país possam ter “interesses políticos”. A declaração foi dada na tarde desta terça-feira, 17, durante reunião com chefes dos Três Poderes e ministros de Estado sobre as queimadas.
“Há a suspeita de que muitos incêndios sejam criminosos”, disse Lula. “Mas que essas pessoas que estão tentando, sabe, essas ações criminosas, estejam avisadas de que nós não estamos para brincadeira. Vamos levar muito a sério.”
Lula falou que “não pode, possivelmente, que tudo isso seja” em decorrência da COP30 no Brasil, ou pelo fato de o país ter uma “performance na discussão ambiental no mundo inteiro”. “Talvez uma parte disso seja por interesses políticos”, analisou.
“A gente não sabe, não pode acusar”, declarou. “Mas que há suspeita, há. Não posso deixar de dizer para vocês que uma pessoa muito importante na convocação do ato do 7 de setembro na Paulista disse: ‘Vamos botar fogo no brasil ou o brasil vai pegar fogo’, algo assim.”
Sem citar nomes, o presidente se referiu a uma convocação feita por Silas Malafaia, para a manifestação do 7 de Setembro na Avenida Paulista. Neste vídeo, o pastor disse que o Brasil ia “pegar fogo”, mas sem qualquer referência a incêndios.
Lula diz que alta em casos de incêndios são “anormalidade”
O presidente Lula também disse ao abrir a reunião que a alta dos incêndios pelo país parecem “muita anormalidade”. Não descartou que há queimadas “corriqueiras de sempre” em que se pega fogo, sobretudo pela seca e pelo calor sejam “os maiores dos últimos tempos no mundo inteiro”.
“Mas algo me cheira de oportunismo também de alguns setores tentando criar confusão nesse país”, afirmou. “O que queremos também é ter autorização para fazer as investigações, cumprir os inquéritos e interrogar. Porque sinceramente, se as pessoas estiverem cometendo esse tipo de crime, a lei precisa ser exercida em sua plenitude.”
Estão presentes na reunião as seguintes autoridades:
Marina Silva — ministra do Meio Ambiente
Geraldo Alckmin — vice-presidente
Paulo Pimenta — ministro da Secretaria Extraordinária de Reconstrução do RS
Alexandre Padilha — ministro das Relações Institucionais
Ricardo Lewandowski — ministro da Justiça
Nísia Trindade — ministra da Saúde
Paulo Teixeira —
Rodrigo Pacheco — presidente do Senado Federal
Arthur Lira — presidente da Câmara dos Deputados
Luís Roberto Roberto — presidente do STF
Paulo Gonet — Procurador-geral da República
Jorge Messias — Advogado-geral da União
Bruno Dantas — presidente do TCU