O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou três notícias falsas sobre Israel durante sua viagem em Nova York para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
Primeira fake news de Lula sobre Israel
A primeira fake news foi sobre o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
“É importante lembrar que o primeiro-ministro Netanyahu foi julgado pelo Tribunal Internacional, que julgou o Vladimir Putin, e ele está condenado da mesma forma do Putin”, declarou o mandatário brasileiro.
A informação é falsa, pois não há nenhuma condenação em tribunais internacionais contra o primeiro-ministro israelense.
Vladimir Putin é alvo de um mandato de prisão expedito em março de 2023 pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crime de guerra de deportação ilegal de crianças de áreas ocupadas da Ucrânia para a Rússia.
Diferente do que Lula disse, o TPI nunca condenou nem emitiu mandatos de prisão contra Netanyahu.
Em maio de 2024 o procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, pediu um mandado de prisão contra Netanyahu, seu ministro de defesa Yoav Gallant e três líderes do Hamas, incluindo o dirigente Yahya Sinwa. Entretanto, o pedido não foi aceito até o momento pela Câmara de Pré-Julgamento da Corte.
No caso do mandato de prisão contra Putin, Lula chegou a declarar em setembro de 2023 que não cumpriria o mandato de prisão do TPI contra Putin caso ele venha ao Brasil em visita oficial durante o G20 do Rio de Janeiro, previsto para os dias 18 e 19 de novembro.
Naquela ocasião Lula declarou que ficou sabendo recentemente da existência da corte. O Brasil é membro do TPI há mais de 22 anos.
Após isso, Lula declarou que cogitava retirar o Brasil da participação no Tribunal Penal Internacional.
Segunda fake news de Lula sobre Israel
A segunda fake news de Lula é sobre o suposto descumprimento de resoluções da ONU por parte de Israel.
“É importante lembrar que já foram feitas várias discussões no Conselho de Segurança da ONU, várias tentativas de paz e de cessar-fogo foram aprovadas e ele não cumpre. Simplesmente não cumpre”, afirmou Lula.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução sobre um cessar-fogo que prevê a troca de reféns e prisioneiros. Entretanto, Hamas sempre se recusou a cumprir esse plano.
Outra propostas foram apresentadas nas últimas semanas, e Hamas rejeitou todas. Até mesmo aquelas que contaram com a mediação de países árabes, como Catar e Egito.
No caso do Líbano, outra frente de guerra no Oriente Médio, o grupo terrorista islâmico xiita Hezbollah descumpre há quase 20 anos a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, elaborada após a guerra entre Israel e Hezbollah de 2006.
A resolução previa, entre outras coisas, do esarmamento de todos os grupos armados no Líbano, incluindo o Hezbollah, e a retirada dos membros da organização para o norte do rio Litani, evacuando toda a região próxima da fronteira israelense.
Entretanto, Hezbollah nunca cumpriu com a resolução da ONU. E nem mesmo os militares da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) atuaram para desarmar o grupo.
Terceira fake news de Lula sobre Israel
A terceira fake news de Lula sobre Israel foi a acusação de genocídio na Faixa de Gaza.
O petista afirmou que os países que dão sustentação aos discursos de Netanyahu precisam “fazer um esforço maior” para que o “genocídio” promovido pelo líder israelense pare.
O genocídio é um crime internacional tipificado na Convenção para a prevenção e a repressão do crime de genocídio de 1948, e no Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional de 1998, e que prevê a eliminação metódica de um grupo étnico, racial, religioso ou sexual pela exterminação deliberada dos seus indivíduos.
Entretanto, não é isso que está ocorrendo em Gaza nem no Líbano.
As Forças de Defesa de Israel estão lutando contra terroristas do Hamas e do Hezbollah que utilizam civis como escudos humanos, posicionando suas bases, depósitos de armas e plataformas de lançamento de foguetes em escolas, hospitais e mesquitas. E isso provoca um grande número de vítimas colaterais.
O uso de civis como escudos humanos é também considerado um crime de guerra e um crime contra a humanidade.
Diferente do que Lula disse, nenhum membro do governo israelense nem das Forças de Defesa de Israel foi acusado de genocídio em tribunais nacionais ou internacionais.