O Ministério das Relações Exteriores convocou, nesta segunda-feira, 15, o embaixador do Brasil na Argentina, Julio Bitelli, para consultas por causa de dificuldades nas relações entre os dois países. O principal assunto será a relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chefe do Executivo argentino, Javier Milei.
Bitelli está em Brasília e teve reuniões com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e com Lula. No âmbito diplomático, a convocação de um embaixador indica problemas na comunicação com o país estrangeiro.
O propósito da visita é “discutir a conjuntura e como tocar a relação” com Milei. Desde a eleição do argentino, ele e Lula, que têm visões ideológicas opostas, não se encontraram, apesar da importância das relações bilaterais entre os países.
“A ideia é conversar sobre temas da relação bilateral, como levar adiante da melhor maneira possível, com a atenção que merece ter”, disse Bitelli, ao portal g1. “Relação dessa profundidade que a gente tem com a Argentina.”
Lula está preocupado com relacionamento com Argentina
O embaixador brasileiro ressaltou a importância de manter a relação entre os dois países, mesmo com as diferenças entre os presidentes. Ele disse que o presidente do Brasil está preocupado com a situação.
“Presidentes têm visões distintas”, afirmou Bitelli. “A preocupação é que isso não chegue a prejudicar a relação. O presidente Lula tem claro que a relação entre os dois países tem que continuar densa e importante como ela é, independentemente de diferenças de prioridades e visões de mundo.”
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A última visita de Milei ao Brasil, há dez dias, foi para um evento de políticos conservadores, adversários de Lula. Bitelli, que tem acesso privilegiado às autoridades argentinas, foi chamado para ajudar na moderação.
Recentemente, Milei realizou uma publicação nas redes sociais para criticar opiniões que considera típicas de um “perfeito dinossauro idiota”. Sem mencionar nomes, ele atacou indiretamente Lula, chamando-o de “comunista” e “corrupto”. O post gerou desconforto no Palácio do Planalto, mas o presidente brasileiro não se pronunciou.