O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está se programado para conversar com o ditador venezuelano Nicolás Maduro ainda nesta quarta-feira, 7.
A diplomacia brasileira ainda não confirmou oficialmente a ligação, mas as negociações continuam entre os dois países. Há também a possibilidade de participação dos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, López Obrador, na ligação.
Desde o dia 1º, Maduro manifestou ao Brasil sua intenção de dialogar com Lula. O presidente brasileiro, no entanto, evitou contato direto, preferindo pressionar a Venezuela diplomaticamente para que divulgue os dados detalhados das eleições no país.
De acordo com o portal Poder360, essa estratégia busca evitar repercussões negativas das posições de Lula sobre o pleito venezuelano. Com a resistência da Venezuela aos pedidos do Itamaraty e a autoproclamação de vitória do opositor Edmundo González, a conversa entre os líderes voltou a ganhar força.
Em 30 de julho, Lula afirmou que não havia “nada de anormal” nas eleições. “Teve uma eleição, teve uma pessoa que disse que teve 51%, teve uma pessoa que disse que teve 40 e pouco por cento”, disse, em entrevista. “Um concorda, o outro não. Entra na Justiça e a Justiça faz”.
Visita de Estado ao Chile
No domingo 4, Lula embarcou para uma visita de Estado ao Chile. Ao lado do presidente Gabriel Boric, ele defendeu a transparência nos resultados das eleições presidenciais na Venezuela, realizadas em 28 de julho.
Lula enfatizou que o “respeito pela tolerância e pela soberania” e o “compromisso com a paz” motivam seu pedido para que o governo de Nicolás Maduro dialogue e busque entendimento com a oposição. Gabriel Boric, no entanto, evitou comentar o assunto, afirmando: “Essa visita se trata da relação Chile e Brasil”.
A visita de Lula ao Chile foi concluída na terça-feira 6, depois da participação na cerimônia de lançamento da pedra fundamental do centro espacial chileno, em Santiago. Ao deixar o evento, Lula não respondeu a perguntas dos jornalistas sobre a situação na Venezuela.