O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cometeu uma gafe nesta quinta-feira, 13, ao dar uma entrevista a jornalistas em Genebra, na Suíça, onde participa da conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Na ocasião, Lula foi perguntado sobre a pressão que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem enfrentando em relação à condução da política fiscal no Brasil. Mas, ao responder, o presidente confundiu o cargo do ministro.
“Eu não tenho nada com o Haddad, ele é um extraordinário ministro da Defesa”, disse Lula.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) compartilhou o momento da declaração do presidente no X/Twitter. “Será que como Ministro da Defesa o Haddad irá parar de taxar os brasileiros?”, escreveu.
Será que como Ministro da Defesa o Haddad irá parar de taxar os brasileiros? pic.twitter.com/RDQPJlLBmM
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) June 14, 2024
“O nosso Biden Tupiniquim não decepciona”, comentou na publicação a advogada Flavia Ferronato.
Outro usuário ironizou a fala de Lula. “Ministro da Defesa dos Impostos”, disse.
Em continuidade à entrevista, Lula destacou que todo ministro — da Fazenda, dessa vez — vira o centro dos debates quando a situação econômica se complica.
“Todo ministro da Fazenda, desde que me entendo por gente, vira o centro dos debates quando a coisa dá certo e quando não dá”, disse.
Devolução de medida provisória
Nesta semana, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu parte de uma medida provisória (MP) apresentada por Haddad. A MP do PIS/Cofins busca compensar a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.
A proposta previa que créditos tributários e de contribuição da seguridade social fossem utilizados para essa compensação, reduzindo seu uso por parte de setores econômicos.
A MP gerou reações negativas de setores, que acusaram o governo de falta de diálogo, despreocupação com a redução de despesas e aumento da insegurança jurídica.
O texto foi apresentado em meio ao prazo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que Congresso e governo cheguem a um acordo sobre a desoneração até 17 de julho.
Em abril, o ministro do STF Cristiano Zanin suspendeu liminarmente trechos da prorrogação da desoneração até 2027, aprovada pelo Congresso.
Zanin argumentou que a prorrogação não incluía medidas orçamentárias compensatórias. Lula havia vetado a aprovação, mas o Congresso derrubou o veto.
“O Haddad tentou ajudar os empresários construindo uma alternativa à desoneração feita para os 17 grupos”, afirmou Lula.