O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai aumentar poder do Partido dos Trabalhadores (PT) com uma mudança na diretoria da Petrobras. Conforme divulgou o jornal O Globo, nesta quarta-feira, 4, Bruno Moretti, secretário de Análise Governamental, deve assumir a presidência do conselho de administração da empresa.
Pietro Mendes, atual presidente do conselho da Petrobras, está de saída do cargo para assumir uma diretoria na Agência Nacional do Petróleo (ANP). A decisão já recebeu o aval de Lula e foi encaminhada ao Ministério da Casa Civil.
Moretti atuava como conselheiro na empresa. Para a vaga no conselho da Petrobras, o governo indicará Benjamin Alves Rabello, advogado e parente distante do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Anteriormente, Rabello havia sido indicado ao conselho, mas não obteve votos suficientes. Ele perdeu para Rafael Dubeux, que atua como secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda.
Lideranças da Petrobras no governo Lula
Desde o início do governo Lula, a Petrobras passou por diversas lideranças, com Magda Chambriard como a 12ª presidente. Com essas mudanças, Silveira cede espaço ao PT na Petrobras, mas ganha mais influência na ANP e na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ao manter três conselheiros na petrolífera.
Além de Moretti, são escolhas do PT a presidente Magda Chambriard e Rafael Dubeux, do Ministério da Fazenda. Na ANP, Arthur Watt, consultor jurídico da Pré-Sal Petróleo SA e sobrinho do senador Otto Alencar, pode ser indicado para a diretoria-geral. Gentil Nogueira de Sá Junior, secretário nacional de Energia Elétrica, é a indicação de Silveira para a Aneel.
Segundo o Globo, a nomeação de Moretti para o conselho da Petrobras resolve controvérsias sobre Pietro Mendes, cujo duplo papel como secretário do Ministério de Minas e Energia e presidente do colegiado levantou preocupações sobre conflitos de interesse. A Petrobras, controlada pela União, possui milhares de acionistas privados, o que pode gerar interesses conflitantes.
Uma auditoria do Tribunal de Contas da União revelou que as nomeações de Mendes e do então secretário-executivo, Efrain Cruz, desconsideraram recomendações dos comitês internos e do próprio conselho de administração.