O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira, 26, que a privatização da Eletrobras foi um “crime de lesa-pátria”. Em seu discurso durante um evento sobre transição energética, Lula afirmou que desejava que a companhia tivesse a mesma relevância que a Petrobras possui atualmente.
“Eu sonhei que a Eletrobras seria uma coisa tão importante quanto a Petrobras neste país”, disse Lula. “Eu sonhei com isso. E é com muita tristeza que eu volto à Presidência da República e encontro a Eletrobras privatizada. Na verdade, não a privatizaram, cometeram um crime de lesa-pátria contra o povo brasileiro entregando uma empresa dessa magnitude.”
Lula afirmou que é uma mentira acreditar que “destruir” o que pertence ao Estado é benéfico. Ele aproveitou o discurso para enfatizar que retornou ao governo com o objetivo de fazer a Petrobras entender que não é apenas uma empresa de petróleo, mas também de investimentos.
“Então, isso de destruir tudo que o Estado pode fazer achando que o setor privado é melhor é mentira”, declarou. “Setor privado tem que ser bom, e o Estado tem que ser bom. Eu não quero Estado máximo nem Estado mínimo, eu quero Estado que cumpra com a sua função de Estado”, declarou.
Lula é crítico da privatização da Eletrobras
Essa não é a primeira vez que Lula critica a venda da Eletrobras. Em março de 2023, ele mencionou a possibilidade de o Estado retomar o controle da empresa, mas reconheceu que essa não seria uma operação simples.
“É uma situação difícil”, afirmou na ocasião. “Sei que já tem fundo que pensa em vender. Mas eu espero, se a gente um dia tiver condições, que a gente volte a ser o dono da maior empresa de energia que este país tem.”
A Eletrobras foi privatizada em junho de 2022 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). À época, o governo colocou as ações da empresa à venda e reduziu a participação na companhia de 65% para 42%.