O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) decidiu adiar a compra de um novo avião presidencial, em virtude dos cortes de gastos necessários para cumprir o novo arcabouço fiscal.
A aeronave proposta teria um custo entre R$ 1,4 bilhão e R$ 2 bilhões, com especificações que incluem maior autonomia de voo e configurações avançadas.
No entanto, qualquer aquisição só ocorreria depois de 2027, quando termina o atual mandato presidencial. A decisão foi também influenciada pela possibilidade de críticas relacionadas ao gasto, enquanto se discutem mudanças nos critérios de reajuste do salário mínimo.
O atual avião presidencial, um Airbus A319 CJ, apresentou problemas técnicos em outubro, quando uma falha em uma das turbinas ocorreu durante uma viagem de retorno do México, aumentando as preocupações com a segurança da aeronave.
Propostas e alternativas para a frota presidencial
O Ministério da Defesa propôs modelos da Airbus para substituir o avião atual. Mesmo com a compra imediata, a entrega de um novo avião estaria prevista apenas para meados de 2027.
Paralelamente, a reforma de uma aeronave já existente, o Airbus A330-200, é uma possibilidade, mas também envolve custos elevados.
A oposição criticou a proposta, apelidando o possível novo avião de “Aerojanja”, em referência à primeira-dama Rosângela da Silva, que destacou a necessidade de segurança para o chefe de Estado.
Em entrevista, Lula defendeu a aquisição, afirmando que “a ignorância não pode prevalecer” e que a compra de um novo avião seria um investimento na instituição da Presidência.
O avião presidencial em uso foi comprado no primeiro mandato de Lula por US$ 56,7 milhões e opera desde 2005. Possui escritório, suíte, sala de reuniões e espaço para segurança. O Palácio do Planalto deseja um novo avião com maior alcance, internet de alta velocidade e uma sala de reuniões mais ampla.
FAB ainda investiga pane em avião de Lula
A Força Aérea Brasileira (FAB) continua investigando a pane técnica do “Aerolula”. Uma equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos analisou os dados do voo no México.
Segundo a FAB, a aeronave está disponível para missões presidenciais, destacando que a apuração será concluída “no menor prazo possível”.
O comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno, defendeu a aquisição de uma nova aeronave, ressaltando que o atual avião completará 20 anos em janeiro de 2025.
Ele destacou que, embora seguro, a autonomia limitada do avião exige escalas em viagens longas, o que não condiz com o status do Brasil como uma das maiores economias do mundo.