Em entrevista concedida ao programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo, 15, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que 2025 será “o ano da colheita”. Ele já havia afirmado, em dezembro de 2023, que o verdadeiro “ano da colheita” seria 2024.
“O ano de 2023 foi o tempo de plantar e de reconstruir”, disse Lula, em pronunciamento por ocasião do Natal daquele ano. “Aramos o terreno, lançamos as sementes, aguamos todos os dias, cuidamos com todo o carinho do Brasil e do povo brasileiro. Criamos todas as condições para termos uma colheita generosa em 2024.”
Em 2024, o governo Lula atingiu recordes negativos na economia. Entre eles, o mais impactante foi a quebra do limite histórico do dólar, que chegou a R$ 6,15 nesta segunda-feira, 16. No mesmo dia do ano passado, o valor estava em R$ 5,28. O Ibovespa, por sua vez, fechou ontem com 123.560 pontos. Há um ano, fechou em 131.083,82.
Em novembro de 2023, o preço médio da gasolina era de R$ 5,63 por litro. Já no mesmo mês de 2024, o valor chegou a R$ 6,10. Ainda que discreto, o aumento do preço da cesta básica também foi perceptível: passou de R$ 654,07 em agosto de 2023 para R$ 654,79 no mesmo mês de 2024. A inflação, por sua vez, foi de 4,62% em 2023 para 4,89% no fim de 2024.
Lula: “Ninguém tem mais responsabilidade fiscal do que eu”
Na mesma entrevista, Lula ainda disse que o seu governo encaminhou ao Congresso um pacote de corte de gastos, mas que a Câmara e o Senado têm soberania para mexer no texto. As falas soaram como uma tentativa de amenizar a relação entre Executivo e Legislativo.
As preocupações com o aumento do gasto público e as reações do mercado, que levaram à cotação recorde do dólar e à queda na Bolsa brasileira, são, para Lula, uma “bobagem”. “Ninguém neste país, ninguém, do mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu”, afirmou, conforme reprodução do jornal Folha de S.Paulo.
Entre as principais medidas do pacote está a limitação do ganho real do salário mínimo, que vai acompanhar as mesmas regras do arcabouço fiscal. O governo também vai rever a regra de concessão do abono salarial, espécie de 14º salário pago a quem hoje ganha até dois salários mínimos.