O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, neste sábado, 15, que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, quer “aniquilar palestinos” que estão na Faixa de Gaza. O país iniciou uma ofensiva depois que o grupo de terrorista Hamas o atacou.
A declaração foi dada à imprensa depois que o chefe do Executivo participou da Organização Internacional do Trabalho e da Cúpula do G7, na Itália. Ao ser interpelado por repórteres, Lula disse que Netanyahu “não quer resolver o problema, ele quer aniquilar os palestinos”.
“Isso está possível em cada gesto dele, em cada ato dele”, declarou o petista. “Vamos ver se ele vai cumprir a decisão do Tribunal Internacional. Vamos ver se ele vai cumprir a decisão tirada da ONU agora. “
Conforme o presidente, os conflitos entre Israel e a Palestina só serão resolvidos quando a ONU implementar a decisão que demarcou o território, em 1967, para “deixar os palestinos construírem sua pátria livremente”.
“Viver harmonicamente com o povo judeu”, continuou. “É isso que eu quero. É isso que eu sonho e é por isso que eu vou brigar a vida inteira. Não dá para a gente deixar de enxergar o que está acontecendo lá. Não dá. É efetivamente um genocídio contra mulheres e crianças o que está acontecendo.”
Lula chama PL do Aborto de ‘insanidade’
Na ocasião, ao ser questionado, o presidente comentou ainda sobre o Projeto de Lei (PL) 1.904/2024, que equipara o aborto realizado acima de 22 semanas de gestação ao homicídio simples. O texto inclui os casos de gravidez decorrente de estupro, que, apesar de ser crime no Brasil, na prática, não faz a mulher cumprir pena de prisão.
Lula disse ser contra o aborto, mas destacou que é preciso tratar o procedimento no Brasil como “uma questão de saúde pública”. “É insanidade alguém querer punir uma mulher com uma pena maior que o criminoso que fez o estupro”, ressaltou o presidente. “É, no mínimo, uma insanidade isso. Sinceramente, a distância, não acompanhei os debates muito intensos no Brasil. Quando eu voltar, vou tomar ciência disso.”
O chefe do Executivo disse ainda ter certeza de que o que a lei brasileira prevê já “garante que a gente aja de forma civilizada para tratar com respeito, para tratar com rigor, o estuprador e para tratar com respeito a vítima”.
A urgência dessa proposta foi aprovada pela Câmara dos Deputados nesta semana, em votação relâmpago. Com isso, o texto pode ir à votação diretamente em plenário, sem necessidade de passar pelas comissões. Mas ainda não há previsão para a votação e nem relator do texto.
Após repercussão negativa, o autor do PL do Aborto, deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse que vai sugerir ao relator do texto o aumento da pena do crime de estupro para 30 anos.