Dando início à “turnê mensal” pelos planetas do Sistema Solar, a Lua se encontra com Vênus e Mercúrio na noite desta segunda-feira (5). Chamadas de conjunções astronômicas, essas “visitas” são eventos causados pela movimentação dos astros no espaço sob o ponto de vista da Terra.
É claro que isso não quer dizer que a Lua chegue exatamente perto dos outros planetas, mas sim que, da nossa perspectiva, suas órbitas acabam coincidindo, fazendo os objetos aparecerem bem pertinho uns dos outros na paisagem celeste.
Desta vez, tudo começa com a aproximação da Lua com Vênus. De acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org, isso acontece às 19h03, pelo horário de Brasília.
Do ponto de vista de um observador em São Paulo, o par se tornará visível por volta das 17h56, 12° acima do horizonte oeste. Eles então afundarão em direção ao horizonte, desaparecendo uma hora e 15 minutos após o Sol, às 18:56. Dessa forma, o momento da conjunção em si não poderá ser testemunhado, mas os corpos estarão já bem próximos enquanto estiverem visíveis no céu.
A Lua estará com magnitude de -8.4, e a de Vênus será de -3.9, estando ambos na constelação de Leão. Quanto mais brilhante um corpo parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
O par não caberá dentro do campo de visão de um telescópio ou binóculos, mas será visível a olho nu.
Exatamente duas horas mais tarde, às 21h03, a Lua faz conjunção com Mercúrio – ou seja, eles compartilham a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre). Também segundo o site InTheSky.org, para observadores do Brasil, o par não estará visível nesse momento – eles não estarão mais altos do que 10° acima do horizonte quando começar a anoitecer.
A Lua estará em mag -8,5 e a de Mercúrio será de 1,6, com ambos na constelação de Leão. A dupla estará muito separado para caber no campo de visão de um telescópio ou par de binóculos, mas será visível a olho nu ao longo do dia.
Depois de Vênus e Mercúrio, a Lua vai fazer conjunção com Saturno (20), além de Marte e Júpiter (27). Essa série de conjunções que a Lua faz mensalmente ocorre porque ela orbita a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.
Lua atinge o periélio
Pouco tempo depois de cruzar com Mercúrio, a Lua alcançará o periélio, que é o ponto de sua órbita mais próximo do Sol.
O momento exato será às 23h30, quando ela estará a pouco menos de uma unidade astronômica (UA) da nossa estrela hospedeira – algo em torno de 150 milhões de km.
Desta vez, isso acontece um dia depois que a Lua atinge a fase nova, que marca o início do mês em calendários lunares, como o muçulmano, e nos calendários lunissolares, tais como o judaico, o hindu e o budista.
Uma lunação ou ciclo lunar, como é chamado o intervalo de tempo entre luas novas, é sutilmente variável, com média de duração de 29,5 dias. Durante esse período, a Lua passa pelas quatro fases principais (nova, crescente, cheia e minguante), e cada uma se prolonga por aproximadamente sete dias.
Também existem as “interfases”: quarto crescente e crescente gibosa (entre as fases nova e cheia) e minguante gibosa e quarto minguante (entre a cheia e a minguante).