Depois de passar pelos gigantes Saturno e Júpiter, a Lua vai “visitar” Marte, aparecendo bem próximo ao Planeta Vermelho no céu – em um fenômeno conhecido como conjunção astronômica.
Segundo o guia de observação espacial InTheSky.org, isso acontece nesta quarta-feira (20), às 18h08 (pelo horário de Brasília), quando a Lua estará a menos de 2º de distância de Marte na paisagem celeste.
De São Paulo, o par estará visível apenas a partir das 23h54, despontando no horizonte a leste, permanecendo no céu até 4h44 da manhã do dia seguinte, o que significa que a conjunção em si não poderá ser observada.
De qualquer forma, durante o período que estiverem acessíveis, eles ainda poderão ser vistos muito próximos. O par não caberá no campo de visão de um telescópio, mas será visível a olho nu ou através de binóculos.
Enquanto a Lua estará em magnitude de -12.3, a de Marte será de -0.3, com ambos na constelação de Câncer. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
Em dezembro, a “turnê mensal” da Lua pelos planetas do Sistema Solar começa em Vênus (4), seguindo para Saturno (8), Júpiter (14), Marte (18) e Mercúrio (29). Essa série de conjunções que o satélite faz mensalmente ocorre porque ele orbita a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.
Por que Marte é vermelho?
O característico tom avermelhado de Marte sempre chamou atenção, evocando associações com deuses e a operações bélicas. Na mitologia grega, Ares, o deus da guerra, era frequentemente ligado a essa cor. Curiosamente, a estrela mais brilhante da constelação de Escorpião, Antares, ganhou esse nome por sua tonalidade avermelhada, que remete a Ares, significando “Anti-Ares”.
Mais tarde, com o domínio romano na Europa, Ares foi renomeado como Marte, nome que também foi dado ao planeta e permanece em uso até hoje.
A tonalidade vermelha marciana é resultado de uma combinação de fatores complexos. E essa interação se dá entre a composição da superfície do planeta, sua atmosfera e fenômenos geológicos. Saiba mais aqui.