O lixo plástico espalhado nos oceanos pode ser visto do espaço depois que pesquisadores do Royal Melbourne Institute of Technology (RMIT), na Austrália, desenvolveram uma nova ferramenta de imagens de satélite.
A tecnologia consegue detectar diferenças em como a areia, a água e os plásticos refletem a luz, tornando possível avistar o plástico a mais de 600 km de altura. Ela já está sendo usada para localizar as enormes quantidades de plástico flutuando no oceano – desde pequenos depósitos até gigantescas ilhas de lixo, como a Grande Mancha de Lixo do Pacífico, que tem três vezes o tamanho da França.
O Índice de Resíduos Plásticos Encalhados, nome dado à fórmula matemática usada na ferramenta, permite detectar os locais que concentram plásticos nos oceanos, tornando mais fácil a elaboração de estratégias de remoção. No entanto, a tecnologia não funciona tão bem para detectar lixo na areia das praias, já que ele pode ficar escondido debaixo da terra.
O estudo detalhando a nova ferramenta foi publicado no Marine Pollution Bulletin.
Atualmente, mais de 10 milhões de toneladas de lixo plástico vão parar nos oceanos todos os anos, podendo impactar severamente a vida selvagem e seus habitats. Se os plásticos não são removidos, eles se fragmentam ainda mais em micro e nanoplásticos, tornando sua retirada quase impossível.
“Isso é incrivelmente emocionante, pois até agora não tínhamos uma ferramenta para detectar plásticos em ambientes costeiros do espaço”, disse Dra. Mariela Soto-Berelov, coautora do estudo. “A detecção é uma etapa fundamental necessária para entender onde os resíduos plásticos estão se acumulando e planejar operações de limpeza.”
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