Edmundo González, ex-diplomata e reconhecido por parte do Ocidente como o presidente eleito da Venezuela, fez sua declaração mais contundente desde as eleições realizadas em 28 de julho. Em um vídeo divulgado nesta sexta-feira, 10, ele enviou uma mensagem direta às Forças Armadas.
“Como comandante das Forças Armadas, ordeno aos comandantes militares que não reconheçam ordens ilegais dadas por aqueles que tomam o poder e que preparem as minhas condições de segurança para assumir o cargo de presidente da República”, disse González.
De acordo com a Constituição venezuelana, o presidente também ocupa o posto de comandante supremo das Forças Armadas. González afirma que venceu as eleições, consideradas fraudulentas pelo regime de Nicolás Maduro, com mais de 60% dos votos. Sua coalizão, liderada por María Corina Machado, sustenta esse resultado. Projetos internacionais de checagem também confirmaram essa posição.
A mensagem de González foi divulgada poucas horas depois da posse de Maduro, realizada em Caracas. A cerimônia teve baixa adesão internacional, mas contou com forte presença das forças de segurança. Essas mesmas forças foram convocadas por González a se rebelarem contra o regime.
González chegou a planejar ir para a Venezuela assumir a presidência
O opositor planejava estar na Venezuela para assumir a presidência. No entanto, afirmou que o fechamento das fronteiras e a mobilização de aviões militares colocaram sua segurança em risco. Ele ainda acusou o governo de tentar repetir com ele o ocorrido com María Corina Machado no dia anterior.
Na quinta-feira 9, Machado teria sido detida e liberada logo depois. O regime negou o episódio, mas a ex-deputada relatou ter sido arrancada de sua moto por agentes de segurança.
González continua em busca apoio internacional. Ele mencionou os Estados Unidos, Argentina e Israel como aliados que o reconhecem como presidente legítimo. O chanceler israelense Gideon Sa’ar reforçou a posição de seu país e destacou que os resultados eleitorais não foram respeitados. Ele também pediu que Maduro honrasse a vontade do povo.
Apesar das declarações de González, não há indícios de ruptura nas Forças Armadas. Essas forças continuam sendo um dos principais pilares do regime chavista.