A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou neste domingo, 15, que o Irã é “a principal fonte de instabilidade regional” no Oriente Médio e que Israel “tem o direito de se defender” dos ataques sofridos.
A afirmação foi feita depois de uma conversa com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, conforme relatado pela própria líder europeia em sua conta oficial na rede social X. Von der Leyen acrescentou que a União Europeia acompanha “com profunda preocupação” os desdobramentos na região.
Durante o diálogo, segundo ela, o israelense reiterou “nosso compromisso com a paz, a estabilidade e os esforços diplomáticos que levem à desescalada”. No comunicado, a presidente reforçou a posição da União Europeia em relação à ameaça representada pelo programa nuclear iraniano.
“A Europa sempre foi clara: o Irã jamais pode obter uma arma nuclear”, escreveu. “Há uma necessidade urgente de uma solução negociada.”
Ela também ressaltou que o bloco europeu tem manifestado preocupação com “os programas nuclear e de mísseis balísticos do Irã — os mesmos mísseis que atingem indiscriminadamente cidades não apenas em Israel, mas também na Ucrânia”.

Von der Leyen também abordou a situação na Faixa de Gaza, classificou como “inaceitável” o cenário humanitário no enclave palestino e reforçou a necessidade de permitir a entrada de ajuda. “Reiterei nosso apelo urgente para que toda ajuda humanitária alcance imediatamente os civis necessitados”, afirmou.
Por fim, defendeu o retorno do cessar-fogo e a libertação dos reféns. “A retomada do cessar-fogo e a libertação imediata dos reféns, para que um fim permanente das hostilidades possa ser finalmente alcançado, é uma necessidade”, concluiu.
Entenda as tensões entre Israel e Irã
A tensão no Oriente Médio aumentou depois de o Irã anunciar que ampliará “significativamente” a produção de urânio enriquecido. A decisão ocorreu em resposta a uma resolução da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que acusou Teerã de violar obrigações de não proliferação nuclear — algo sem precedentes nos últimos 20 anos.
Diante da escalada, os Estados Unidos começaram a esvaziar embaixadas na região. Na quinta-feira, 12, a Força Aérea de Israel lançou um ataque aéreo contra o Irã que resultou nas mortes do chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, do comandante das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, e de dois cientistas nucleares.
O Irã retaliou com mísseis lançados contra Tel-Aviv e Jerusalém. O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que Israel “iniciou uma guerra” e prometeu um “destino amargo”. Israel, por sua vez, acusa o Irã de atacar civis.