Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública, afirmou que o Brasil está “enxugando gelo” ao combater a criminalidade com o atual sistema de polícias. Durante uma audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, realizada na quarta-feira, 21, ele fez duras críticas ao modelo de policiamento vigente.
“Estamos enxugando gelo com atual sistema”, disse o ministro. “Essa proposta é fruto de uma longa discussão. Não nasceu de um desejo voluntarioso de alguém que ocupa o Ministério da Justiça por um breve tempo. Essa PEC claramente não ofende poderes individuais, não atenta contra a separação dos Poderes, não afeta o voto.”
Segundo Lewandowski, a proposta busca aprimorar a atuação das polícias já existentes
O ministro explicou que a proposta de Emenda Constitucional (PEC) em discussão não surgiu de um desejo passageiro, mas de um debate longo e aprofundado. Ele enfatizou que a PEC não representa ameaça aos direitos individuais, não compromete a separação dos Poderes e não afeta o processo eleitoral. Segundo Lewandowski, a proposta busca aprimorar a atuação das polícias já existentes, integrando e melhorando o trabalho da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, sem criar novas instituições.
Em outro momento da audiência, Lewandowski comentou a prisão de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, na Bolívia. Ele é considerado sucessor de Marcola no comando do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Tuta foi capturado na última sexta-feira, em Santa Cruz de La Sierra, por falsidade ideológica. O ministro destacou que a prisão foi uma “vitória importante” no enfrentamento ao crime organizado. Ele também afirmou que Tuta é um “delinquente de alta periculosidade” e que a operação para sua captura e transferência foi uma operação “extremamente complexa”.