A líder do principal partido de direita da França, Marine Le Pen (Reagrupamento Nacional, RN), denunciou “manobra” feita pela esquerda e centro-esquerda às vésperas do segundo turno da eleição parlamentar do país. Ela fez um pronunciamento nesta quarta-feira, 10, e disse que os oponentes retiraram candidaturas para não dispersar votos.
Ao final do pleito, realizado no último domingo, 7, o RN ficou com 143 cadeiras, de um total de 577. A esquerda é maioria, com 182 lugares à coligação Nova Frente Popular (NFP), enquanto a centro-esquerda, do presidente Emmanuel Macron, conseguiu vaga a 168 deputados.
“As manobras de retirada massiva [de candidatos de outras forças] privaram-nos da maioria absoluta”, afirmou Le Pen. “Foi apenas um adiamento, porque a representação nacional não pode ser deformada indefinidamente.”
Nesta quarta-feira, 10, a líder política foi à Assembleia Nacional para recolher credenciais. Ela estava acompanhada de deputados eleitos do RN. Ela culpou o presidente Macron pela situação política da França e pela maioria da NFP no Parlamento.
Apesar de minoria no Parlamento, direita teve maior número de votos na França
O cenário de superioridade da esquerda está repercutindo no país. Uma líder de extrema-esquerda, a ex-deputada Adrien Quatennens, sugeriu, na terça-feira 9, “uma marcha popular em direção à residência oficial do primeiro-ministro”. Isso teria de ocorrer, “porque Macron quer roubar a nossa vitória e está manobrando para impedir a aplicação do programa da NFP”, disse.
O presidente da França está em Washington, nos Estados Unidos, para participar de reuniões da cúpula da Otan, que se estendem até a próxima quinta-feira, 11. No domingo 7, ele disse que levaria algum tempo para nomear o novo premiê francês.
Apesar de o RN ser o terceiro partido em número de cadeiras na Assembleia Nacional, a direita foi a ideologia com maior número de votos na França: 10 milhões. A esquerda conseguiu 7,4 milhões, enquanto o macronismo, 6,7 milhões de votos.