Um fóssil de uma larva microscópica que viveu há meio bilhão de anos pode ser a chave para entender como o cérebro dos artrópodes (insetos, aranhas e caranguejos, por exemplo) evoluiu. Uma equipe de pesquisadores recuperou os restos mortais em incrível estado de conservação em uma formação rochosa na província de Yunnan, na China.
Criatura deu origem aos artrópodes
- De acordo com os pesquisadores, a criatura morreu ainda em seu desenvolvimento inicial, ou estágio larval, e pertence a uma nova espécie chamada Youti yuanshi.
- Ela habitou os mares cambrianos e ajudou a dar origem aos artrópodes.
- Apesar de ser do tamanho de um grão de areia, o fóssil está excepcionalmente bem preservado, revelando detalhes nunca antes vistos que ajudam a explicar como o cérebro destes animais evoluiu.
- A descoberta impressionou a equipe, uma vez que as larvas são tão pequenas e frágeis que as chances de encontrar uma fossilizada são praticamente zero.
- Os resultados foram descritos em um estudo publicado na revista Nature.
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Tecidos do fóssil foram substituídos por fosfato e preservados na rocha
Durante o trabalho, os pesquisadores escanearam o fóssil com raios-X para criar imagens 3D virtuais de suas estruturas internas. As imagens revelaram um cérebro e um sistema circulatório primitivo, incluindo vestígios de nervos que servem às pernas e olhos simples da larva.
Embora os cientistas não tenham certeza de como o fóssil ficou tão bem preservado, eles acreditam que, em algum momento logo após a morte da criatura, seus tecidos moles foram substituídos por fosfato e preservados na rocha.
Esse ótimo estado permitiu uma análise detalhada da anatomia do artrópode primitivo. Por exemplo, foi possível concluir que a larva tinha uma região ancestral do cérebro que se tornaria a protuberância de uma cabeça de artrópode com antenas e vários outros apêndices.
À medida que o cérebro do artrópode se desenvolveu, isso permitiu que os artrópodes exibissem comportamentos muito mais complicados e morfologias ainda mais complicadas. E isso levou ao rápido aumento da diversidade, que eles mantiveram até os dias modernos, afirmaram os pesquisadores.