Diretamente das parcelas históricas dos vinhedos da Veuve Clicquot em Champagne, na França, a safra 2018 do La Grande Dame desembarca neste mês no Brasil com sua característica embalagem alaranjada. Esta é a 25ª edição do champagne mais emblemático da marca, nascido apenas em safras excepcionais.
A linha foi apresentada pela primeira vez no bicentenário da maison, em 1972, com uma safra de 10 anos antes, de 1962.
Depois de 56 anos, a mais nova safra mereceu estender o legado do rótulo: o ano de 2018 foi marcado por um inverno chuvoso e um verão longo, quente e ensolarado, condições que resultaram em uma colheita de alta qualidade. O desafio, porém, foi colher as uvas ao mesmo tempo e nas condições ideais.
“Foi um ano desafiador, pois tivemos muita quantidade de uvas. Precisamos de mais de duas mil pessoas para colhê-las manualmente em uma janela de dois a três dias”, conta Emmanuel Gouvernet, enólogo da Veuve Clicquot, que esteve em São Paulo e em Curitiba em meados de maio para celebrar a chegada da cuvée de prestige em terras nacionais.
Após sete anos amadurecendo nas caves da vinícola, o La Grande Dame 2018 entra no mercado nacional com preço sugerido de R$ 1.600 e com potencial de guarda de mais de 15 anos. A bebida prolonga o legado de Madame Clicquot na viticultura e, mais uma vez, salienta a paixão da “grande dama do Champagne” pela Pinot Noir.
Uvas tintas e brancas
A safra 2018 segue os passos do que começou a ser feito uma década antes: a bebida é composta por 90% de Pinot Noir e 10% de Chardonnay. “Nossas uvas tintas dão os melhores vinhos brancos”, dizia Madame Clicquot em relação à Pinot Noir.
De fato, a uva se beneficia dos solos frios e calcários da área de Montagne de Reims, sub-região de Champagne, no nordeste da França. “La Grande Dame é a expressão do terroir, claro, mas também é especial por conta do vintage. As condições climáticas foram diferentes e, depois, a expressão do Pinot Noir foi diferente”, diz Emmanuel.
Como a bebida é feita a partir do mesmo lote histórico, é possível compará-la de maneira vertical, ou seja, degustando diferentes safras do mesmo champagne. Antes de 2018, as safras mais recentes foram as de 2015 e de 2012.
“La Grande Dame 2018 é encorpado, com uma textura particular e arredondada, com taninos aveludados graças ao Pinot Noir. Tem boa maturidade, é frutado e tem acidez pronunciada. Ao mesmo tempo é elegante, tem finesse, precisão e profundidade”, descreve o enólogo.
Nariz e boca

Aromas frescos de damasco, pimenta branca, um pouco de jasmim e hortelã podem vir ao nariz. Em taça, ele pode começar tímido, mas vai desabrochando aromas e sabores após cerca de cinco minutos.
Idealmente servido entre 10 e 12ºC, o champagne harmoniza com peixes crus, caviar, ostras e mexilhões, bem como com o que a Veuve Clicquot chama de “gastronomia de jardim”, com ênfase em vegetais e na filosofia farm to table.
Cai bem também com um salmão à l’oseille, invenção da família Troisgros, que leva folhas de azedinha e salmão mal passado em cima de um molho substancioso que leva vinho branco e vermute. Foi servido assim durante a passagem de Emmanuel Gouvernet na capital paulista.
O deleite da harmonização relembra que o tempo é um dos principais aliados do La Grande Dame. Para Emmanuel, um dos 12 enólogos presentes no momento da criação desta safra, a tentativa de misturar diferentes lotes de uvas e obter o melhor delas foi “mágico”.
“Tentamos prever o futuro, porque quando fazemos o blend de La Grande Dame vemos o resultado apenas anos depois. É fabuloso pois compartilhamos esse momento com os colegas. É uma ocasião séria, mas tentamos descontrair. É uma criação cheia de emoção”, revela.
La Grande Dame 2018 aterrissa no Brasil por um preço sugerido de R$ 1.600 nos principais varejistas de bebidas de alta gama.
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