Klaus Schwab, fundador e presidente-executivo do Fórum Econômico Mundial (WEF), comunicou que deixará o cargo. Em mensagem por e-mail aos colaboradores, nesta terça-feira, 21, ele informou que assumirá a posição de presidente não-executivo, sujeito à aprovação do governo suíço.
Um representante do WEF declarou ao site Semafor que a instituição está se transformando: deixará de ser uma plataforma de convenções para se tornar a principal instituição global de cooperação entre o setor público e privado.
Com a mudança, a estrutura de governança do fórum também será alterada, e Schwab será nomeado presidente do conselho de curadores até janeiro de 2025.
Schwab não indicou quem será seu sucessor. Porém, destacou que, no último ano, o conselho executivo do fórum, liderado por Borge Brende, ex-líder conservador norueguês, assumiu plenas responsabilidades executivas.
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Aos 86 anos, Klaus Schwab é considerado uma figura emblemática da organização que liderou por mais de cinco décadas. Originalmente chamado de Fórum Europeu de Gestão, as primeiras edições do evento em Davos atraíam significativamente menos participantes do que os milhares que atualmente frequentam a cidade montanhosa suíça.
Hoje, a reunião anual do WEF é um ponto de encontro para dezenas de líderes mundiais e CEOs, com a presença de mais de 50 chefes de Estado prevista para 2024, conforme informado pela organização.
Klaus Schwab gere o fórum como um negócio familiar
O fórum é gerido como um negócio familiar, com os filhos de Klaus Schwab em cargos importantes e sua esposa Hilde à frente da fundação e das cerimônias de premiação em Davos.
Recentemente, o fórum tem se realinhado mais ao centro político, afastando-se de políticas liberais, como reportado anteriormente pelo Semafor. A sucessão no WEF tem sido objeto de intensa especulação.
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Apesar de ser uma organização sem fins lucrativos, o WEF é um negócio de grande porte: a organização registrou quase US$ 500 milhões em receitas no ano fiscal encerrado em março de 2023. Além disso, possuía 200 milhões francos suíços em caixa, segundo o Semafor, no ano passado.