O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) acionou a Justiça contra a União para pedir R$ 80 mil em indenização. No documento, protocolado em 18 de julho, o parlamentar alega ter sido alvo de monitoramento ilegal pela “Abin paralela” durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
Protocolada na Justiça Federal de São Paulo, a petição também solicita que sejam fornecidas todas as informações sobre o parlamentar, obtidas pelos órgãos de Inteligência.
Justificativa de Kim Kataguiri
Na petição, Kim Kataguiri afirma que “gera um dano moral o uso da estrutura de Inteligência para captar informações, com o objetivo de denegrir a imagem de uma pessoa”. “Cumpre lembrar que o autor, como político, depende de sua imagem”, diz trecho do documento.
A investigação da Polícia Federal (PF) menciona outros parlamentares, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), servidores e jornalistas como alvos do suposto monitoramento.
Outros parlamentares que teriam sido monitorados pela “Abin paralela” se manifestam
Conforme noticiou Oeste, em 11 de julho, alguns deputados e senadores que, segundo a PF, foram monitorados pela Abin Paralela, se manifestaram.
Além de Kim Kataguiri, os parlamentares que teriam sido monitorados, conforme a PF, foram:
- Deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados;
- Ex-deputado federal Rodrigo Maia (PSDB-RJ);
- Senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP);
- Senador Omar Aziz (PSD-AM);
- Senador Alessandro Vieira (MDB-SE);
- Ex-deputada federal Joice Hasselmann (PSDB-SP); e
- Senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Alessandro Vieira, por sua vez, disse que a operação da PF mostrou que ele foi “vítima de espionagem criminosa e ataques on-line”. Além disso, afirmou que foi monitorado por “bandidos alojados no poder”.
Apesar de não constar na lista de espionados, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, também comentou a operação.
“Contaminar a Agência Brasileira de Inteligência com ações político-partidárias, e se utilizar do aparato estatal para espionar e perseguir parlamentares legitimamente eleitos é ato criminoso”, informou Pacheco, em nota. “Isso fragiliza não somente a instituição, mas a democracia e a soberania do país.”