A Justiça autorizou a soltura de Igor Ferreira Sauceda, o motorista do Porsche amarelo que atropelou e matou o motoboy Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos, na zona sul de São Paulo. Sauceda está preso desde julho de 2024. Ele perseguiu o motociclista, que havia chutado o retrovisor do carro de luxo.
O motorista do Porsche perseguiu, atropelou, matou o motoboy em julho do ano passado e foi solto hoje, em menos de um ano!
Como fica a família da vítima vendo isso????? pic.twitter.com/7iVFV9I5Ic— Mauricio Agnoletti🇧🇷🇮🇹 (@mauricioagnolet) May 31, 2025
O motorista atingiu a traseira da moto, que bateu em uma árvore e em um poste. Figueiredo morreu no Hospital Grajaú. O atropelamento ocorreu em 29 de julho, na avenida Interlagos.
Segundo o boletim de ocorrência, Sauceda permaneceu no local do acidente. Ele fez teste do bafômetro, que deu negativo, e foi ao 48º DP (Cidade Dutra). No local, a polícia o prendeu em flagrante. A namorada dele, que o acompanhava, sofreu ferimentos leves.
Motorista do Porsche usará tornozeleira eletrônica
A decisão, assinada nesta sexta-feira, 30, pela juíza Isabel Begalli Rodriguez, da 3ª Vara do Júri, impõe medidas cautelares ao acusado. A magistrada afirma que não há provas de que Sauceda tenha adotado comportamento ameaçador ou usado o veículo para intimidar outras pessoas. O inquérito que investigava essas supostas ameaças foi arquivado.
“Nenhuma das testemunhas ouvidas em Juízo deu conta de ter sido intimidada ou ameaçada pelo réu ou por pessoas de seu convívio e tampouco há notícia de que tenha tentado ocultar provas ou deixado de colaborar com a instrução processual”, escreveu a juíza na decisão. “Pelo contrário, ao que se apurou até o momento, permaneceu no local dos fatos, deu sua versão à Autoridade Policial e não buscou prejudicar as investigações.”
Isabel Begalli Rodriguez informou que a defesa de Sauceda não teve acesso ao veículo da vítima para a perícia solicitada. Segundo ela, a demora foi causada pela morosidade do Estado. Também criticou a devolução da moto à família de Figueiredo sem autorização judicial.
A juíza concluiu que medidas cautelares são suficientes para garantir a ordem pública e o andamento do processo. Sauceda deverá comparecer mensalmente à Justiça e usará tornozeleira eletrônica.. Além disso, teve a Carteira Nacional de Habilitação suspensa e está proibido de sair da cidade por mais de oito dias ou de deixar o país.