quarta-feira, janeiro 8, 2025
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Justiça põe em sigilo investigação contra soldado israelense

A Justiça federal do Brasil determinou o sigilo nas investigações que envolvem soldado israelense Yuval Vagdani, de 21 anos, que estava de férias no país, acusado de “crimes de guerra”. A decisão foi tomada pela juíza federal Raquel Soares Chiarelli, neste domingo, 5.

A magistrada ordenou que a Polícia Federal realize as diligências requeridas pelo Ministério Público Federal (MPF). A investigação foi solicitada pela Fundação Hind Rajab, que apoia palestinos e acusa o soldado de participação em demolições na Faixa de Gaza, em novembro de 2023.

Segundo o jornal O Globo, o Vagdani decidiu deixar o Brasil neste domingo. A Embaixada de Israel em Brasília acompanhou a viagem do militar de volta ao território israelense. As investigações sobre ele devem permanecer confidenciais.

“Considerando o caráter sigiloso que deve orientar as investigações, determino a anotação de sigilo nos autos e, posteriormente, a intimação da Polícia Federal para realização das diligências investigativas postuladas pelo MPF”, disse a juíza.

Soldado israelense não tem mandado de prisão

Yuval Vagdani
Yuval Vagdani deixou o Brasil depois de ser alvo da Justiça | Foto: Reprodução/Redes sociais

Raquel também decidiu dispensar, por enquanto, a prisão do soldado. A notícia-crime foi apresentada no fim de 2024 por advogados que acusam o militar de ser um “criminoso de guerra”.

Maira Machado Frota Pinheiro e Caio Patrício de Almeida, responsáveis pela ação, dizem que, como signatário de tratados internacionais, o Brasil tem a obrigação de investigar crimes dessa natureza, mesmo que ocorram fora de suas fronteiras.

A decisão se baseia nos princípios da extraterritorialidade e da competência universal, que autorizam o processamento e julgamento de crimes graves independentemente do local onde foram cometidos.

O caso provocou reação em Israel. O congressista Dan Illouz, do partido governista Likud, criticou o Brasil e qualificou o país como “patrocinador de terroristas”.

Essa não é a primeira vez que tensões diplomáticas surgem entre Brasil e Israel. Em 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi declarado persona non grata em Israel depois de comparar a guerra contra o Hamas ao Holocausto na Segunda Guerra Mundial.

Promovido pelo ditador Adolf Hitler, o Holocausto matou mais de 6 milhões de judeus na década de 1940. O genocídio ocorreu na Alemanha Nazista.

Via Revista Oeste

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