quarta-feira, fevereiro 12, 2025
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Justiça do Trabalho multa iFood em R$ 10 mi e reconhece vínculo

O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2), em São Paulo, determinou que o iFood reconheça o vínculo empregatício com seus entregadores e pague R$ 10 milhões em indenização.

A decisão foi proferida pela 14ª Turma e ainda não é definitiva, pois a empresa pretende recorrer. O caso foi iniciado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que acusou a empresa de registrar entregadores como autônomos, evitando obrigações trabalhistas.

Os desembargadores decidiram que a relação entre o iFood e os entregadores caracteriza vínculo empregatício. Além do iFood, a Rapiddo Agência de Serviços de Entrega Rápida S/A, do mesmo grupo, também foi citada.

Sindicato avalia decisão contra iFood como “avanço”

O desembargador Ricardo Nino Ballarini, relator do processo, destacou a falta de autonomia dos entregadores, que não podem negociar fretes nem ordens de entrega.

O voto contrário foi do desembargador Fernando Alvaro Pinheiro, que questionou a competência da Justiça do Trabalho para julgar o caso.

Gilberto Almeida dos Santos (SindimotoSP-SP), presidente do Sindicato dos Motociclistas Autônomos de São Paulo, considera a decisão um avanço na criação de jurisprudência.

Ele observa que decisões semelhantes estão surgindo em todo o Brasil, especialmente depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) dar maior atenção ao tema.

STF fará audiência pública para discutir vínculo empregatício entre entregadores e aplicativos

Recentemente, o STF proibiu o jornal Folha de S.Paulo de entrevistar Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Estátua da Justiça, localizada na fachada do STF, em Brasília | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O STF realizará uma audiência pública nos dias 9 e 10 de dezembro para discutir o vínculo empregatício entre trabalhadores e empresas de aplicativos de entrega.

O iFood manifestou preocupação, alegando que a decisão pode gerar insegurança jurídica e inviabilizar o setor de delivery.

A empresa afirmou que suas atividades em 2023 movimentaram R$ 110,7 bilhões na economia, representando 0,55% do PIB e gerando mais de 900 mil empregos.

O temor dos sindicatos é que o STF não reconheça o vínculo empregatício, o que “pioraria a precarização dos trabalhadores de aplicativos”.

Via Revista Oeste

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