Justiça determina apreensão de arma de líder da Bola de Neve

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) deu um prazo de 48 horas para que Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, líder e fundador da Igreja Bola de Neve, entregue armas que estão em sua posse. A apreensão foi determinada na última quarta-feira 10, em meio à investigação de acusações que partiram de Denise Seixas, mulher do apóstolo.

O desembargador Hugo Maranzano afirmou que a defesa do pastor já havia reconhecido a posse do armamento e o colocado “à disposição” da Justiça”.

Rina, como é conhecido o apóstolo, enfrenta inquérito policial sob suspeita de ameaça, difamação, injúria, lesão corporal, violência doméstica, falsidade ideológica e violência psicológica. Todas as denúncias partiram de Denise.

Líder da Bola de Neve também sofre acusação de funcionária

Além disso, o apóstolo também pode responder pela acusação de importunação sexual contra uma funcionária da igreja.

Ele nega todas as imputações. Sua defesa afirma que “as investigações a cargo da polícia e do Ministério Público demonstrarão que as denúncias são infundadas”.

Medidas protetivas para Denise Seixas

A apreensão da arma é uma medida protetiva para Denise Seixas. Desde o mês passado, a mulher conta com uma ordem judicial que impede o pastor de se aproximar a menos de 300 metros dela, de seus familiares e de testemunhas do caso.

O pastor também não pode tentar qualquer contato, mesmo que por meio de terceiros.

Nathan Gouvêa, enteado do pastor, disse em entrevista ao UOL que sofre com o comportamento agressivo de Rina desde a infância.

O inquérito, conduzido pela 9ª Delegacia de Defesa da Mulher, na zona noroeste de São Paulo, já ouviu o pastor e testemunhas indicadas por ambas as partes.

Decisão inicial e resposta da defesa

Inicialmente, a apreensão da arma foi rejeitada na primeira instância. A defesa de Rina considera a questão “periférica e circunstancial”. No entanto, afirma que a arma será entregue assim que os advogados receberem a notificação para tanto.

Em comunicado, a defesa do apóstolo Rina deixou claro que não se opõe à entrega da arma. Ela destacou que “a pistola possui registro, está no cofre de um clube de tiro, tem todos os documentos atualizados e será apresentada conforme a decisão judicial”.

“A existência da arma em nada interfere nas investigações em curso, que comprovarão serem falsas as acusações contra o religioso, como aliás já ficou demonstrado numa série de depoimentos”, afirmaram os advogados.

A Igreja Bola de Neve, fundada por Rina nos anos 1990, está presente em 34 países com 560 templos.