Um tribunal de Madri convocou Begoña Gómez, mulher do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, a prestar esclarecimentos sobre uma acusação de tráfico de influência e corrupção empresarial. Ela terá de comparecer à Corte em 5 de julho.
Begoña teria se aproveitado do cargo do marido para conseguir patrocínio para um curso de sua autoria. A mulher do premiê tem 49 anos, é formada em marketing e não ocupa nenhum cargo público na Espanha.
No fim de abril, Sánchez chegou a suspender sua agenda por cinco dias e a cogitar a renúncia ao cargo, mas decidiu pela permanência. Em carta aberta ao povo, ele classificou a denúncia contra a mulher como “assédio político”, endereçado por opositores “de direita e extrema direita”.
Acusação de “Mãos Limpas”
A organização de direita Manos Limpias (Mãos Limpas) deu início à denúncia contra Begoña Gómez, que posteriormente se transformou em investigação e inquérito. Liderado pelo advogado e político Miguel Bernad, o grupo se apresenta como anticorrupção.
Pedro Sánchez atacou a oposição da Espanha, principalmente nas figuras de Alberto Núñez Feijóo, líder do conservador Partido Popular, e de Santiago Abascal, líder do partido de direita Vox. O premiê classificou a denúncia e pressão pela renúncia por parte dos opositores como “intimidação política”.
Repercussão no mundo
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, colocou-se a favor da continuidade de Pedro Sánchez no cargo de primeiro-ministro da Espanha, logo depois da repercussão negativa do caso, no fim de abril. O brasileiro ligou para o espanhol, em forma de solidariedade.
Conversei hoje com o presidente espanhol @sanchezcastejon para prestar solidariedade a sua liderança e papel por uma Espanha democrática e cada vez mais justa, próspera e humana. Sua força e papel são importantes para o seu país, para a Europa e para o mundo.
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— Lula (@LulaOficial) April 25, 2024
Já o presidente da Argentina, Javier Milei, durante evento com políticos de direita da Europa, chamou Begoña Gómez de “corrupta”. Depois da declaração, Sanchéz retirou a embaixada espanhola da Buenos Aires. Depois da retirada, Milei chamou Sánchez de “incompetente, mentiroso e covarde” e disse que o espanhol “é chacota na Europa”.