Investigado por desvio de dinheiro público, o ex-presidente argentino Alberto Fernández terá seus bens bloqueados e sofrerá quebra do sigilo bancário. A determinação judicial para investigar toda a movimentação financeira do peronista foi dada na noite desta terça-feira, 9.
A ordem partiu do juiz federal Julián Ercolini. Fernández e outras 32 pessoas são alvo do chamado “escândalo dos seguros”. A fraude desviou recursos do Estado por meio da contratação irregular de seguros para servidores públicos.
O ex-presidente passou a ser investigado por causa de um decreto de 2021 que obrigava o governo a assinar contratos com a Nación Seguros. A empresa é vinculada ao marido da secretária particular de Fernández, María Cantero.
‘Não roubei nada’, disse Fernández
Em fevereiro, quando a Justiça argentina incluiu o nome de Fernández no processo, ele chegou a afirmar que “concorda que a investigação ocorra para que, assim, ele possa provar a sua inocência”.
“Não roubei nada nem participei ou autorizei nenhum esquema”, defendeu-se, durante entrevista a uma rádio local. “Estão atingindo pessoas de bem.”
Em seu governo, que durou de 2019 a 2023, Fernández teve Cristina Kirchner como ex-presidente. Durante todo o mandato, ambos deixaram claras suas divergências e brigavam pelo protagonismo político do país.
Ao final do mandato, o então presidente admitiu o fracasso econômico de seu governo. De acordo com o relatório “Argentina século XXI: Dívidas sociais crônicas e desigualdades crescentes”, a pobreza no país chegou a 49,5%, em dezembro de 2023, quando Fernández deixou o comando do país.