A Justiça do Trabalho condenou a empresa Química Amparo, dona da marca Ypê, por assédio eleitoral. A empresa teria feito uma live para seus funcionários com o suposto objetivo de persuadi-los a votarem no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), então candidato à reeleição em 2022.
A decisão veio da 9ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), localizada em Campinas (SP).
A Ypê deve evitar propaganda eleitoral a favor de qualquer candidato, sob pena de multa de R$ 100 mil por infração. A decisão ainda é passível de recurso.
Detalhes da acusação
O Ministério Público do Trabalho (MPT) afirmou que a empresa realizou uma palestra para funcionários depois do primeiro turno das eleições de 2022. O ato configura assédio eleitoral.
A live ocorreu no início da propaganda eleitoral para o segundo turno. A Química Amparo não negou o evento, mas alegou que seu objetivo era apenas “expor o cenário político do momento”.
A companhia acrescentou que não quis “constranger” os seus empregados a participarem da palestra, muito menos a votarem em determinado candidato.
Decisões judiciais e declarações da proprietária da Ypê
O MPT argumentou que a reforma eleitoral ratificou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que declarou inconstitucionais as doações eleitorais por empresas.
Isso impede que a empresa faça campanha ou permita que algum candidato o faça dentro de seu estabelecimento.
A dona da Ypê afirmou que não comenta processos judiciais em curso, mas declarou que recorrerá às instâncias superiores.
“A empresa é uma companhia 100% brasileira, apartidária, e que segue acreditando e investindo no país há mais de 70 anos”, declarou a proprietária da Ypê.