A Justiça do Rio Grande do Sul condenou Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, mãe do menino Miguel dos Santos Rodrigues, e Bruna Nathiele Porto da Rosa, a madrasta, pela morte do garoto. A dupla terá de cumprir pena de 50 anos pelo crime, ocorrido em 2021.
O julgamento levou dias. Nele, revelaram-se detalhes sobre a morte de Miguel. O assassinato ocorreu entre os dias 26 e 29 de julho daquele ano, em um caso que comoveu a população local.
Durante o julgamento, Yasmin, hoje com 28 anos, admitiu ter agredido o filho e ministrado uma dose excessiva de remédios que teria causado a morte da criança. Ela também acusou Bruna de agressões e se declarou culpada.
“Sou um monstro”, disse a mãe do menino. “Na verdade, sou muito monstro. Porque, se estou aqui hoje, é porque errei para caramba. Se tô aqui, tá todo mundo aqui, é porque fui péssima como mãe, como ser humano. Mas jamais imaginei que ela pudesse fazer isso.”
A violência contra Miguel
A promotoria descreveu que Miguel foi submetido a intenso sofrimento físico e mental nos dias que antecederam sua morte, sendo inclusive trancado em um guarda-roupas com as mãos amarradas e imobilizadas com correntes e cadeados.
Além disso, o menino era forçado a escrever frases depreciativas contra si mesmo e só podia se alimentar quando as rés permitiam. Miguel também era obrigado a fazer suas necessidades fisiológicas dentro do guarda-roupas, sendo punido se não o fizesse.
Relembre o caso
Em 2021, o assassinato de Miguel chocou o Brasil. O menino foi morto porque, segundo a acusação, atrapalhava o relacionamento entre as rés. Depois do assassinato, o corpo do menino foi jogado no Rio Imbé, na cidade na qual a família residia — e jamais foi encontrado.
Na madrugada de 28 de julho de 2021, Yasmin deu remédios ao filho Miguel e o colocou dentro de uma mala. À época, em depoimento à polícia, a mulher disse que não tinha certeza se a criança estava viva ou morta.
O delegado do caso, Antonio Carlos Ractz Júnior, disse que, “para fugir, com medo da polícia, Yasmin saiu de casa, pegando ruas de dentro, não as avenidas principais, levou a criança dentro de uma mala na beira do rio, e jogou o corpo. Repito: ela não tinha convicção de que o filho estivesse morto”.