Júnior Lima lança seu novo álbum, “Solo Vol. 2”, na noite desta quinta-feira (23), sete meses após o lançamento do primeiro volume. “Na verdade é um disco só, né? Vai virar uma coisa só”, explicou Júnior em entrevista à CNN.
“Solo” (vol. 1 e vol. 2) é, como o próprio nome já revela, o primeiro projeto solo lançado por Júnior, apesar dos 35 anos de carreira. Ele, que começou na dupla com a irmã, Sandy, ainda criança, também passou pela bateria em mais de uma, pela música eletrônica e pela produção musical, mas nunca subiu ao palco para se apresentar sozinho.
“Acho que esse processo serviu muito para resolver algumas questões internas minhas, sem dúvida. Mas são cicatrizes que ficam ali, assim, você tem que lidar”, disse Júnior.
O artista contou que não pensava em voltar a cantar por conta das críticas que recebeu quando era mais jovem, ainda na dupla Sandy & Júnior. Foi apenas depois da turnê de reencontro dos dois irmãos, em 2019, que ele mudou de ideia, decidiu dar a cara a tapa e lançar sua carreira solo.
“É um processo longo, porque foi muito tempo assim. Mas hoje em dia eu já gosto de me ouvir, já gosto do resultado. Já deu uma boa caminhada nesse sentido, mas cicatrizes marcam né”, falou o cantor.
Salvação durante a pandemia
As músicas de ambos os volumes de “Solo” foram escritas durante a pandemia de covid-19. Na verdade, Júnior acumulou 54 composições apenas neste período, das quais ele “peneirou” 21 músicas e dois interlúdios para compor o disco.
“Eu acho que foi minha grande salvação”, falou. “Realmente estava numa fase muito difícil, meio deprê. Isso me ajudou a sair desse lugar”. Sem estúdio, sem estrutura e com alguns equipamentos improvisados, o artista conta que fez, sozinho, quase 20 músicas em uma primeira leva.
“E aí chegou uma hora que eu já estava meio que: ‘Pelo amor de Deus, preciso compor com outras pessoas””, disse. Ele, então, formou um “camp de composição” com outros diversos compositores e, no fim de cinco dias, já tinha mais de 50 músicas.
Feat. com Gloria Groove
Com 11 faixas, o volume 2 de “Solo” mostra um lado mais rock e mais soul da música de Júnior. “Fome”, a sexta faixa, é o único feat. do álbum inteiro, com a participação de Gloria Groove.
“Para mim, a música pedia a Gloria, tá ligado? Essa música precisava ter a participação da Gloria Groove”, explicou Júnior. “Ali no camp de composição, quando a música apareceu na minha vida, desde o início eu falava: essa música tem muito a cara dela.”
O convite foi feito pessoalmente, no dia em que ambos fizeram uma participação no Caldeirão do Huck, da TV Globo: “Lembro que ela ficou já de cara muito feliz. A admiração é recíproca. Então foi só uma questão de casar agenda e fazer acontecer.”
“Preciso disso pra viver”
Júnior ainda não sabe como serão seus próximos lançamentos, mas sabe que, por ele, ainda virão muitos pela frente, independente do estilo.
“Quero entender como eu me sinto, como o público se sente… Acho que não dá muito para ser programado. A arte é a gente expressar o que está sentindo, o que está fazendo naquela período. Eu deixo a coisa rolar”, falou sobre como serão os projetos futuros.
Para ele, a música é uma maneira de “lavar a alma”. “É essa sensação que tirei um negócio das minhas costas, estou melhor. Estou me sentindo mais leve, tem um pouco isso assim. Eu acho que vem do prazer de criar, de fazer um negócio que te agrada”, falou.
O próximo passo é subir no palco, desta vez sozinho: “Montar show, montar a turnê, agenda e tudo mais. A gente ainda está começando a entender as possibilidades e o que dá para fazer nesse momento, mas a ideia é que no segundo semestre eu consiga já estar na estrada.”
Para ele, agora é o momento de “saborear” as músicas de “Solo”: “Tenho saboreado muito tempo sozinho, agora quero companhia. E aí, mais para frente, com certeza voltar para o estúdio. Eu preciso disso pra viver, pra ficar bem.”