sexta-feira, janeiro 17, 2025
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Juíza reintegrada vai receber R$ 5,8 milhões

A juíza Juanita Cruz da Silva Clait Duarte, de Mato Grosso, conseguiu na Justiça o direito de receber diferenças salariais referentes aos 12 anos em que ficou afastada das funções. O passivo soma R$ 5,8 milhões.

Juanita foi aposentada compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que fiscaliza o Poder Judiciário. A decisão havia se dado na esteira de um dos maiores escândalos de corrupção que atingiu o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o Escândalo da Maçonaria.

A investigação da Corregedoria da Corte revelou desvios de R$ 1,4 milhão dos cofres da Justiça de Mato Grosso para uma loja maçônica, de 2003 a 2005. Ao todo, dez magistrados, entre juízes e desembargadores, foram expulsos da magistratura pelo CNJ.

Decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, reverteram as penalidades. Dessa forma, a Corte abriu caminho para o retorno dos magistrados a seus cargos. Juanita, por exemplo, foi reintegrada em 2022.

Depois de reassumir o posto, ela deu entrada em uma ação para receber retroativamente valores que não foram pagos durante o afastamento. São verbas remuneratórias e indenizatórias, como diferenças da licença-prêmio, da parcela de irredutibilidade e da parcela autônoma de equivalência.

O juiz Flávio Miraglia Fernandes, da 1ª Vara da Fazenda Pública da Cuiabá, determinou os pagamentos. “Deve-se dar seguimento ao cumprimento de sentença, com a expedição de precatório em favor do exequente”, escreveu.

fachada da sede do tribunal de justiça de mato grosso
Fachada do Palácio da Justiça, prédio em Cuiabá que serve como sede do Tribunal de Justiça de Mato Grosso | Foto: Divulgação/TJMT

Valores pago à juíza Juanita

O Estado de Mato Grosso informou que já havia pago cerca de R$ 275 mil à juíza. Com o abatimento desse valor, o saldo final homologado pela Justiça foi de quase R$ 5,8 milhões.

O pagamento será feito por meio de precatório, com prioridade, em razão da idade e da natureza alimentar da verba.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso está entre os que mais gastam com juízes e desembargadores. Dados do CNI mostram que, em 2023, cada magistrado do Estado custou em média R$ 116,6 mil por mês.

Todos os 39 desembargadores do TJMT vêm recebendo remunerações muito acima do limite permitido pela Constituição. Além disso, servidores do tribunal recebem mais de três vezes o salário dos ministros do STF.


Revista Oeste, com informações da Agência Estado

Via Revista Oeste

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