O judoca Akil Gjakova, de Kosovo — país do sudeste europeu —, que derrotou o brasileiro Daniel Cargni, nesta segunda-feira, 29, na Olimpíada de Paris, é procurado pela polícia de seu país por suspeita de violência doméstica contra a mulher.
De acordo com o jornal kosovar Koha, depois da autorização do Ministério Público em abril, a polícia de Kosovo pediu ajuda aos cidadãos para localizar o atleta. A corporação divulgou uma foto e informações sobre Gjakova.
“A polícia do Kosovo foi imediatamente autorizada pelo promotor público a prender o suspeito e tomar medidas legais contra ele”, disse Shkodran Nikçi, porta-voz do promotor público.
Em um comunicado, Akil Gjakova afirmou que não cometeu nenhum crime e, ao retornar ao país, disse que colaborará com as investigações.
“Depois de meu retorno ao Kosovo, reportarei à polícia e contribuirei totalmente para esclarecer os fatos”, disse Gjakova. “Embora eu faça parte das circunstâncias e desenvolvimentos injustos nos quais estive inocentemente envolvido, minha família continua sagrada para mim. Meu filho é o tesouro mais precioso que tenho, e me absterei de comentar nossa vida privada em público.”
A Federação de Judô de Kosovo condenou qualquer forma de violência e expressou sua crença na inocência do judoca. “Acreditamos na inocência de Gjakova e esperamos que as autoridades policiais resolvam o caso o mais breve possível.”
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Judoca brasileiro perdeu para o kosovar
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— TV Globo 📺 (@tvglobo) July 29, 2024
Na manhã desta segunda-feira, Akil Gjakova e Daniel Cargni competiram pela categoria meio-leve (66kg). Cargni, medalhista em Tóquio 2020, era o favorito, mas Gjakova o derrotou. Apesar de não ter vencido no ciclo anterior, o atleta de Kosovo usou sua força e envergadura para desequilibrar o brasileiro. O investigado marcou pontos decisivos que levaram à vitória por ippon — um ponto completo.
Daniel Cargni ainda disputará a competição por equipes no próximo sábado, 3.
“Não consegui fazer meu judô, um atleta alto, que faz muita força”, disse Cargni. “Uma luta chata, cortando pegada, pesando para trás. Acho que o que me deixa mais triste é minha família estar aqui, porque, no momento em que eu estava lesionado, foram as pessoas que mais me ajudaram. Se não fossem elas, talvez eu nem estaria aqui. Vou tentar ficar com elas, para no futuro, quem sabe, estar sorrindo de novo.”