O jornalista Jorge Pontual, da GloboNews, pediu desculpas ao ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, por defender o direito de Israel se defender do grupo terrorista Hamas. A emissora compartilhou a retratação neste sábado, 4.
“Admito que não fui feliz”, disse Pontual, no Instagram, referindo-se ao comentário que fez na sexta-feira 3, durante o programa Em Pauta, sobre o episódio em que as Forças de Defesa de Israel (FDI) alvejaram terroristas dentro de ambulâncias. “A muitos pareceu endosso.”
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Na mesma publicação, o jornalista disse que ninguém tem informações seguras sobre o que acontece no Oriente Médio. “De certo, apenas um fato: os palestinos de Gaza vivem uma tragédia, com muitas perdas civis, que lamento profundamente”, observou. “Peço desculpas por não ter deixado isso claro.”
Ao fim da nota, o jornalista marcou o perfil de Pimenta.
O motivo da sujeição
Na sexta-feira, Israel atacou uma ambulância, próximo ao Hospital Shifa, no norte da Faixa de Gaza. Segundo as FDI, o veículo estaria sendo utilizado por terroristas do Hamas. As forças israelenses usaram uma aeronave para alvejar os extremistas islâmicos.
“Informações demonstram que o método de operação do Hamas consiste em transferir agentes terroristas e armas em ambulâncias”, informaram as FDI.
De acordo com o Ministério de Saúde em Gaza, administrado pelo Hamas, dezenas de palestinos foram mortos e feridos por causa do ataque. As vítimas gravemente feridas precisaram ser transferidas para o sul de Gaza. Em segida, foram para o Egito.
“A perseverança de um povo”, artigo de Ana Paula Henkel publicado na Edição 189 da Revista Oeste
“Enfatizamos que esta área de Gaza é uma zona de guerra”, publicaram as FDI, no Twitter/X. “Os civis são repetidamente orientados a evacuar para o sul, para sua própria segurança.”
O que disse Pontual?
O jornalista trouxe à superfície o fato de o veículo estar sob controle dos terroristas. “Israel havia avisado que, se tivesse gente do Hamas na ambulância, a atacaria”, disse. “Não deu outra.”
Pontual também citou a cobertura da imprensa sobre o caso, que criticou a ação das Forças de Defesa de Israel.
“Houve aquela grita internacional: Israel ataca hospital; Israel ataca ambulâncias; Israel cometeu mais um crime de guerra”, disse Pontual, como se interpretando as manchetes. “Mas atacar terroristas do Hamas é um direito que Israel tem. Se eles estavam na ambulância, infelizmente era isso que Israel tinha de fazer: alvejar seus inimigos.”
Ao fim do comentário, o jornalista disse que esse caso representa a dificuldade da imprensa de analisar o conflito. “Os dois lados têm versões contraditórias, e Israel acredita que está certo”, concluiu.
A pressão de Pimenta
O ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva qualificou como “inaceitável”, “vergonhoso” e “assustador” o comentário do jornalista.
No Twitter/X, Pimenta disse que Pontual “vem se notabilizando por uma postura manipuladora e covarde sobre a guerra no Oriente Médio”. Ele afirmou que o jornalista estaria justificando “barbáries, genocídio e a morte indiscriminada de milhares de crianças e inocentes palestinos”.