O Movimento Brasil Livre (MBL) oficializou nesta quarta-feira, 7, a expulsão do vereador João Bettega (União), de Curitiba. A decisão foi unânime e veio acompanhada da renúncia em bloco de todos os nove assessores parlamentares de Bettega.
O comunicado, assinado por Renan Santos, coordenador nacional do MBL, não economiza nas críticas ao ex-integrante do movimento. Segundo ele, a expulsão decorre de três motivos principais: “traição, ausência de trabalho político (só grava vídeos idiotas) e fazer vista grossa para crimes cometidos pelo PL em Curitiba”.
De acordo com o texto, a decisão foi amadurecida ao longo de “semanas de discussões”. Durante esse período, o grupo do MBL no Paraná tentou dialogar com o vereador, mas se deparou com resistência.
“O vereador ignorou todos os apelos e chamamentos à razão”, destaca Renan. “Fez uso do medo para pedir a cabeça de diversos assessores que discordavam. Ao fim, exigiu da nacional a cabeça do chefe de gabinete em troca de ‘fazer acenos’ ao MBL.”
A ruptura completa ocorreu depois da revelação de uma entrevista em que Bettega criticava o MBL e demonstrava apoio à agenda do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o comunicado, “ele estava guardando para ‘no momento certo’ divulgar”. A isso se somou a “falta de empatia com os membros do gabinete, que toparam ficar desempregados a aceitar sua insanidade”.
No mesmo dia, o núcleo do MBL no Paraná lamentou o episódio. “É com muita tristeza que anunciamos a expulsão do vereador João Bettega”, diz o coordenador estadual Willian Rocha. A nota ainda diz que a gestão do mandato era frustrada por um parlamentar “com rigidez intelectual, pouquíssimo produtivo e muito individualista”.
— Willian Rocha ⬛️🟨⬜️ (@willianrochapr) May 7, 2025
Todos os assessores do gabinete pediram exoneração em bloco, “em respeito aos militantes” do MBL. O movimento classificou o episódio como um “estelionato eleitoral” e reafirmou sua união interna. “Estamos mais unidos do que nunca e em breve estaremos unidos na nossa própria missão”, em referência ao partido que deve ser criado ainda este ano.
Formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Bettega foi eleito pelo União Brasil com 12 mil votos nas eleições de 2024. Influenciador digital, acumula mais de um milhão de seguidores nas redes sociais.
Bettega nega acusações e afirma ter sido ameaçado por assessores
Procurado por Oeste, Bettega apresentou sua versão dos fatos. Segundo ele, os conflitos no gabinete se agravaram há semanas, com sucessivos episódios de desgaste pessoal e disputas internas.
“Na semana passada, a situação se tornou insustentável, pois um dos meus assessores levantou a voz dentro da minha sala, falou que ele manda no gabinete e me ameaçou com a frase: ‘se não for para resolver no carinho, será no ódio’.”
O vereador afirma que buscou apoio da direção do MBL, mas não obteve respaldo: “A situação de extremo desrespeito foi levada ao MBL, mas o movimento não autorizou a exoneração desse assessor e me expulsou depois.”
Ele também relatou ter sido alvo de intimidações por parte de outros integrantes do MBL: “Sofri ameaças de outros integrantes do movimento, que falaram que ‘coisas ruins vão acontecer comigo’”, encerrou.
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